Bibi, Juju e Kaká, de 17 anos, impressionam pela semelhança. As irmãs possuem um canal no Youtube onde contam histórias inusitadas do cotidiano vivenciado por trigêmeas

Trigêmeas contam que é frequente serem confundidas / Foto: Arquivo pessoal

As irmãs Marília Gabriela, Maria Clara e Ana Júlia, ou, como são carinhosamente conhecidas pela família e amigos, Bibi, Kaká e Juju, costumam atrair olhares curiosos e até intrigados por onde passam. Há 17 anos é assim e, muito provavelmente, sempre será. O motivo: as trigêmeas, moradoras de Goiânia, são o retrato “fotocopiado” uma da outra. A incrível semelhança física rendeu até a criação de um canal no YouTube, onde as meninas contam desde histórias inusitadas envolvendo as peculiaridades de se viver com pessoas idênticas até relatos sérios sobre problemas como anorexia e depressão.

Até o fechamento deste matéria, o canal Coisas de Trigêmeas contava com 264 mil inscritos, e o vídeo mais popular – ‘Tour pelo quarto de trigêmeas’ – batia a marca de 1,5 milhão de views. Os números expressivos são justificáveis: no Brasil, de acordo com dados de estatísticas vitais disponíveis no Datasus, o nascimento de trigêmeos representa apenas 0,05% do total. Quanto mais rara é uma coisa, mais instigante ela é.

As semelhanças impressionantes das irmãs fizeram com que a própria família tenha adquirido hábitos para distinguir quem é quem. Kaká conta que, quando eram pequenas, tinham que usar pulseirinhas com seus nomes para que os familiares não as confundissem. “Assim distinguiam a gente”, relembra.

Essas artimanhas para ajudar os confusos se estendeu por muito tempo. As meninas relatam que também costumavam usar brincos coloridos para que seus primos não se atrapalhassem durante os cumprimentos familiares: Bibi usava brincos vermelhos, Kaká usava amarelos e Juju usava brincos azuis. “Eles olhavam pra gente, viam a cor do brinco e diziam ‘Ah, você é a Bibi’”!, recordam, entre risos.

Apesar de idênticas na fisionomia, elas possuem suas singularidades / Foto: Arquivo pessoal

A incrível similaridade das trigêmeas também já foi bastante útil quando elas precisaram. Kaká lembra que, certa vez, havia um evento realizado pelo colégio em um clube em que Juju teria que participar. Entretanto, aconteceu de, no dia, ela estar com um resfriado. Juju ficou em casa, mas foi assim mesmo. Isso porque Kaká foi ao evento se passando pela irmã, sem levantar absolutamente nenhuma suspeita. “Nem as amigas perceberam que não era ela, ninguém”, revela.

Na escola, situações do tipo eram – e ainda são – frequentes.  Bibi conta que já aconteceu de um professor sair de uma sala onde deu aula para uma das irmãs, chegar em outra sala, ver outra integrante do “trio” e perguntar: “Eu não acabei de sair da sua sala? O que você está fazendo aqui?”.

Por serem tão parecidas, a convivência das meninas é fluída e tranquila. Elas trocam experiências, piadas, segredam, fofocam, riem. São melhores amigas. As roupas, então, se servem para uma, servem para todas. Porém, nem tudo é passível de divisão. “Normalmente, a gente não tem muita divisão de roupa, mas tem algumas peças que são específicas de cada uma. A Juju tem uma blusa que foi o namorado dela que deu. Eu acho ela linda, mas essa só ela que usa”, exemplifica Bibi.

Entretanto, engana-se quem pensa que a equivalência da fisionomia das irmãs também se estende, de forma integral, às suas personalidades. Apesar de serem parecidas também nos gostos musicais, para filmes e no jeito de se vestir, cada uma das trigêmeas possui suas singularidades, sua características próprias. “Por a gente ter convivido 17 anos juntas, a gente tem muita coisa parecida. Mas somos bastante diferentes uma da outra”, conta Bibi.

Além de irmãs, elas também revelam a grande amizade que as une / Foto: Arquivo pessoal

O objetivo de carreira é uma das coisas que distinguem fortemente as irmãs. Kaká quer cursar Medicina. Já bibi tem intenção de fazer Relações Internacionais, enquanto Juju planeja estudar Dança ou Psicologia. Essa é uma questão que faz com que as irmãs, intimamente ligadas, reflitam sobre o que está por vir, uma vez que, as diferentes pretensões para o futuro podem acabar por separá-las em algum momento. “Eu, por exemplo, penso na possibilidade de ficar em Goiânia ou ir para o Rio de Janeiro estudar. Mas é algo que estamos decidindo”, diz Juju.

Porém, os laços que unem as irmãs vão bem além dos consanguíneos. Como elas mesmas deixam claro, a afeição e o apreço que uma nutre pela outra fazem com que estejam preparadas para o que o futuro reserva. “Combinamos em tudo, temos os mesmos assuntos. A gente consegue perceber uma união muito forte entre a gente. Nossa amizade é verdadeira, sempre vai ser”, arrematam.

Com 17 anos de convivências, as três são inseparáveis / Foto: Arquivo pessoal