Entre os aliados do empresário Júnior Friboi, destacou-se a “grandeza” do ex-governador em abdicar sua pré-candidatura em prol do PMDB

“A renúncia de Iris Rezende uniu o PMDB.” Este foi o discurso predominante durante a reunião do diretório da legenda na tarde desta terça-feira (29/4), que anunciou o fim dos planos eleitorais do líder político para este ano. No entanto, a percepção do encontro foi a que a sigla segue polarizada. Enquanto os friboizistas compareceram em peso, quase nenhum aliado de Iris foi visto por lá. Entre os apoiadores do empresário, destacou-se a “grandeza” do ex-governador em abdicar sua pré-candidatura em prol do PMDB.

Antes de anunciar seu veredicto, o ex-governador havia se reunido com políticos aliados, entre eles, o vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, o vereador Mizair Lemes e os ex-deputados José Nelto e Wagner Guimarães. Apesar dos iristas integrarem o diretório estadual do PMDB, nenhum deles compareceu à reunião, o que foi destacado pelo presidente estadual da sigla, Samuel Belchior.

Em discurso, o dirigente defendeu que o pré-candidato Júnior Friboi terá o apoio do partido, mas deixou claro que é a vez do empresário trabalhar em prol da viabilização de seu nome.

Belchior afirmou que não existe na legenda frustração quanto à retirada do ex-prefeito de Goiânia do páreo. “Iris pensou muito antes de tomar qualquer decisão. Ele não precisa mostrar capacidade para mais ninguém. Eu ouvi do próprio Iris que ele acreditava que ganharia as eleições caso tivesse uma convenção ou mesmo as prévias. Mas ele achou que se ganhasse, iria ganhar com o partido já dividido”, avaliou o presidente.

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Iris para senador

Durante o encontro, os representantes peemedebistas levantaram por diversas vezes a possibilidade de Iris Rezende integrar a chapa majoritária concorrendo ao Senado Federal. Em entrevista, o deputado federal Sandro Mabel disse que o partido deve “insistir” com o líder político para que tal cenário se concretize. “O PMDB nacional precisa dele, e o regional também”, acrescentou.

O deputado estadual Daniel Vilela também acredita na possibilidade, mas avalia que, independentemente de Iris integrar ou não a majoritária, é evidente a contribuição do líder político nesse sentido. O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, que até então transitava entre os dois principais pré-candidatos da legenda, não desconsiderou o cenário levantado, mas ponderou que o PMDB deve deixar o ex-governador em uma situação de conforto para avaliar o atual cenário político.

Em contrapartida, o presidente Samuel Belchior sinalizou que não há a probabilidade de Iris se candidatar a outro cargo eletivo. A posição do dirigente é a mesma defendida por pessoas próximas a Iris, conforme apurou o Jornal Opção Online durante o evento desta terça. “Nesse primeiro momento o que ouço do Iris é que ele está retirando sua candidatura, e isso inclui o Senado. Essa é a visão que estou tendo da conversa que tive com ele”, pontuou.

Aliança com o PT

A manutenção da aliança dos partidos de oposição foi o principal argumento utilizado por Iris Rezende para lançar seu nome no início de abril ao cargo de governador. Apesar do pré-candidato pelo PT, Antônio Gomide, dizer exaustivamente que não voltará atrás em sua decisão de postular candidatura própria, vários peemedebistas tinham fé na aliança ainda em primeiro turno. As esperanças aumentaram após Iris entrar no páreo eleitoral.

Após o recuo do ex-prefeito de Goiânia, a possibilidade de manter a união da oposição é vista ainda com mais dificuldade. Ainda assim, o deputado Daniel Vilela analisa como possível se unir ao PT antes das convenções partidárias que serão realizadas até o fim de junho. “Eu acredito muito na possibilidade do PMDB caminhar ao lado do PT já em primeiro turno. Há uma convergência em recuperar o Estado de Goiás, há uma aliança nacional nesse sentido”, avaliou.

Segundo Belchior, o PMDB deve entrar em contato o mais rápido possível com o PT a fim de avaliar as recentes mudanças anunciadas pela legenda e tentar unir novamente a oposição.