Nesta quarta-feira, 22, seria comemorado o aniversário do ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado, que faleceu dia 9 de novembro deste ano

Desde o falecimento do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás, Iris Rezende (MDB), foi implementada praticamente uma corrida de quem faz a melhor ou maior homenagem ao político. Nisso, mudanças de ruas e avenidas, parques e até do Aeroporto de Goiânia, foram sugeridas. Hoje, 22 de dezembro, dia em que seria aniversário do político, como uma resposta a grande quantidade de homenagens, o atual prefeito de Goiânia afirmou que “Iris Rezende já está no coração e na mente de muitas pessoas, acho que essa é a melhor homenagem que podemos fazer a ele”.

Declaração foi realizada durante coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira, 22, onde Rogério Cruz fez um balanço de seu primeiro ano de gestão. Na ocasião, o atual prefeito da capital afirmou ser grato “por tudo o que ele [Iris] fez pela cidade de Goiânia, e por poder fazer com que Goiânia reconheça o maior ícone político da história de Goiás, o nome de Iris Rezende”. “Eu tenho certeza que ele deixou um legado que jamais será apagado. Essa questão de o nome de Iris Resende ser colocado em algum lugar… Acho que o nome de Iris Rezende já está no coração e na mente de muitas pessoas, eu de todos podemos dizer assim, eu acho que essa é a melhor homenagem que podemos fazer pra ele”, afirmou.

Ainda nesta terça-feira, 21, foi aprovado na Câmara Municipal de Goiânia o projeto que muda o nome da Avenida Castelo Branco para Avenida Iris Rezende Machado. Para a aprovação da matéria, mesmo que a intenção seja homenagear o político, foi, inclusive, utilizada uma justificativa que contraria os fatos históricos, já que o autor da matéria, o vereador Clécio Alves (MDB) insiste em argumentar que quem cassou os direitos políticos de Iris Rezende foi o próprio ex-presidente Castelo Branco, que faleceu dois anos antes da cassação dos direitos políticos de Iris.

Isso, porque Iris Rezende Machado foi cassado quando uma unta Militar, composta pelo almirante Augusto Rademaker, pelo general Aurélio de Lira Tavares e pelo brigadeiro Márcio de Sousa Melo, ministros das três Forças Armadas, governava o país. No entanto, a própria Lei Orgânica do Município permite a renomeação dos logradouros que homenageiam pessoas ligadas à ditadura militar, como o próprio ex-presidente Castelo Branco, que governou o país entre 1964 e 1967. Após a aprovação na Casa Legislativa, a matéria foi encaminhada ao Executivo para sanção e publicação no Diário Oficial do Município (DOM).

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A aprovação, no entanto, não agradou os lojistas da Avenida. Ontem mesmo, o Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO) se posicionou contra a matéria. “Apesar de reconhecer a honra e o legado irreparável do ex-governador e ex-prefeito Iris, o Sindilojas-GO entende que a alteração o nome da via pública traz prejuízos ao comércio local”, pontuou.

Em novembro, chegou a ser aprovado o projeto que acrescentou o nome de Iris ao Parque Mutirama – fazendo com que o local se torne Parque Mutirama – Iris Rezende Machado -, local idealizado pelo ex-prefeito de Goiânia na década de 1960. Também chegaram a tramitar na Câmara outras propostas para homenagens a Iris, como a mudança no nome da Avenida Anhanguera – que foi transferida para a Avenida Castelo Branco -, do Bosque dos Buritis (sugerida pelo próprio Paço Municipal) e do Morro da Serrinha.

Já em esfera federal, outra mudança que também causou polêmica foi a alteração do nome do Aeroporto de Goiânia. A proposta foi realizada pelo senador Luiz do Carmo (MDB) e foi aprovada por unanimidade no Senado, no fim de novembro. No entanto, com diversas manifestações s contrárias vindas da família de Altamiro de Moura Pacheco, que foi o doador da área para construção do aeroporto e condicionou o processo à homenagem para sua mãe, Dona Genoveva.

Apesar da proposta ter sido defendida pela viúva do ex-prefeito de Goiânia, ex-deputada federal Dona Iris de Araújo, a bancada federal goiana no Congresso Nacional não se mobiliza de forma ativa pela aprovação da matéria na Câmara dos Deputados.