Iris Rezende e presidente do Codese minimizam influência do setor imobiliário em acordo
10 março 2017 às 14h59
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Termo de Cooperação entre a Prefeitura de Goiânia e o conselho de entidades pretende exercer influência direta na elaboração de políticas públicas para o município
A Prefeitura de Goiânia assinou na manhã desta sexta-feira (10/3) um Termo de Cooperação com o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia (Codese), composto por entidades públicas e privadas, para colaborar na elaboração de políticas públicas de desenvolvimento.
O novo acordo foi assinado já sob questionamento por parte de vereadores que denunciam interesse do setor imobiliário na tomada de decisões do poder público em Goiânia, especialmente em ano de revisão do Plano Diretor da cidade. Sobre as críticas, Iris Rezende disse que “aprecia todas as observações e escuta com atenção as críticas” e, se forem fundamentadas, as corrigirá.
Em defesa da parceria, o prefeito Iris Rezende (PMDB) classificou a contribuição do Codese na administração como um “mutirão de ideias e ações com a participação de pessoas que conhecem os problemas enfrentados pela cidade”.
“Com a assinatura do termo, o Codese passa a estar credenciado a buscar os dados que precisarem na administração municipal, discutir projetos e apresentar propostas. É como uma assessoria composta por diversas das mais qualificadas entidades, que não vai custar nada para a prefeitura”, explicou.
O presidente do conselho, Renato Correia, defendeu, durante entrevista coletiva, que o único objetivo da assinatura do termo de cooperação é discutir e construir soluções para os principais problemas da cidade, e reiterou que a parceria não representa nenhum gasto de dinheiro público.
“Temos inúmeros problemas a médio e longo prazo na cidade e o que queremos é chegarmos em 2033 [ano do centenário de Goiânia] entre as melhores cidades do Brasil, considerando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Estamos trabalhando há dois anos em um projeto sobre o que pensamos que é o melhor para a cidade”, disse.
Controvérsia
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Na sessão plenária da última quinta-feira (9/3), o convite aos vereadores para que participassem da cerimônia foi alvo de críticas e apenas quatro compareceram ao evento nesta sexta (10). Para o presidente do Codese, Renato Correia, os questionamentos dos parlamentares representam uma “visão incorreta” a respeito do conselho.
“Recebo críticas com naturalidade, todo projeto está sujeito a isso. Algumas pessoas ainda não compreenderam a extensão ou não leram o projeto e estão tendo visão incorreta. As críticas são bem vindas e serão analisadas”, ponderou.
Sobre a influência do setor imobiliário na entidade, o presidente, que também comanda a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi), disse que as entidades do ramo são minoria entre os associados.
Ao todo, 41 entidades compõem o Codese, como a Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o Conselho Regional de Medicina (Cremego), a Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (Face) da Universidade Federal de Goiás (UFG), a Fecomércio, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), o Sebrae, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), entre outros.
Apesar de não serem maioria entre os associados, empresas do setor são os maiores patrocinadores do Codese. Segundo informações do site do conselho, dos 52 patrocinadores do projeto, 30 são construtoras, incorporadoras ou empresas e entidades ligadas ao setor imobiliário.