Iris ignora lei federal e Guarda Civil deve deixar de patrulhar bairros de Goiânia
27 junho 2017 às 16h33

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Por fora dos debates mais recentes sobre segurança pública, prefeito anunciou que a corporação voltará a se dedicar exclusivamente em zelar dos prédios públicos da capital

A lei federal de número 13.022, de 8 de agosto de 2014, institui como principais funções das guardas municipais o patrulhamento preventivo, a preservação da vida, a proteção dos direitos humanos fundamentais, entre outras atribuições.
Ignorando, entretanto, o que deixa bem claro a legislação, o prefeito Iris Rezende (PMDB) informou, em entrevista coletiva, nesta terça-feira (27/6), que a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia (GMC) voltará a se dedicar exclusivamente em zelar dos prédios públicos da capital, e não mais trabalhar no patrulhamento preventivo dos bairros.
“Vai cuidar da segurança dos prédios públicos da capital, como praças, parques. escolas etc. A Guarda estava se misturando com a Polícia Militar e vamos fazer tudo dentro da lei e exigir o cumprimento do dever”, afirmou à imprensa.

Além de ignorar a lei, Iris também se recusa a encarar os mais recentes debates sobre a municipalização da segurança pública. É o que entende o vereador e também guarda civil Romário Policarpo. Em entrevista ao Jornal Opção, ele lembra que há índices que apontam queda da criminalidade nas regiões em que a GCM atua realizando serviço de patrulhamento preventivo.
“Na região Noroeste, por exemplo, houve uma redução de 87,5% na criminalidade após a atuação da corporação. Já o Setor Novo Mundo ficou 23 dias sem registro de homicídios”, exemplificou.
Policarpo afirma que a municipalização da Segurança Pública é o que há de mais moderno no setor e define como “retrocesso para Goiânia” retirar os guardas da rua.
Sobre a declaração de que a corporação tem se “misturado” com a Polícia Militar, o vereador lembra que a própria PM incentiva a integração das forças e explica que as atribuições são diferentes. “A PM realiza o patrulhamento ostensivo e a Guarda o patrulhamento preventivo.”
Ao lembrar que a Câmara de Goiânia tem defendido a municipalização dos mais variados serviços na capital, Policarpo avalia que a Casa de leis não coadunará com as intenções do prefeito. “Serei o primeiro a me posicionar contrário”, finaliza.