Iris é apontado como fiador de críticas de Agenor Mariano
12 novembro 2015 às 13h33

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Pré-candidato ao Paço Municipal, ex-prefeito seria mandante dos recados do vice, que reprovam ações de Paulo Garcia (PT) e do secretário de Finanças, Jeovalter Correia

Se o clima está quente entre deputados do PT e PMDB na Assembleia Legislativa após novas investidas do vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), contra as ações do Paço Municipal, na Câmara de Vereadores o panorama é de apreensão na base aliada. Especialmente com os peemedebistas, abordados pelo Jornal Opção durante a sessão da manhã desta quinta-feira (12).
Mas quem estaria dando o aval para as críticas à gestão petista, que tem como trampolim o reajuste do Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana (IPTU/ITU)? Um murmurou, mas pisou no freio para não se encrencar com a cúpula do partido. “Quantas matérias foram votadas e o PMDB apoiou a prefeitura? Muitos entendem [as declarações] como fim da parceria, o que não é verdade. A falta de sintonia entre prefeito, vice e nós, da Câmara, não significa rompimento.”
Izídio Alves fala publicamente. Saindo a passos largos do plenário pelos corredores e escadas da Câmara rumo à garagem, antes de acabar a sessão, provoca: “Falta a conversa certa sobre a coisa certa na hora certa. O Agenor, como vice, precisa ter responsabilidade com o que diz”.
As críticas do vice-prefeito soaram como surpresa para a bancada peemedebista. Mas para o ex-presidente da Casa, Clécio Alves foi uma alegria, aponta um vereador. “Pois ele nunca quis votar ou aprovar o reajuste. Nunca contamos com o apoio dele. O Agenor falou o que o Clécio sempre diz.”
Outro atesta que as declarações refletem no claro rompimento entre PMDB-PT na capital. “São dois supostos caminhos. O recado pode ter vindo de Iris Rezende, líder maior do partido e pré-candidato a prefeito, ou de empresários que prometem bancar o Agenor no ano que vem.” O Paço Municipal, afiança o mesmo aliado, não tem o PMDB na mão para apreciar o IPTU/ITU.
Para o líder do prefeito, Carlos Soares (PT), a situação está obscura até o momento e deve ser resolvida nos próximos dias. “Por isso, o desencontro de interesses tem de ser resolvido antes que a matéria chegue em plenário”, observa o petista.
A reprovação às ações do secretário de Finanças, Jeovalter Correia, visam retirá-lo do cargo. Porém, Paulo Garcia já adiantou a aliados que não vai aceitar a saída do auxiliar em janeiro de 2016, como anunciado pelo próprio titular da pasta — também não há chance de demissão.
A previsão é que o projeto do IPTU/ITU chegue à Câmara na segunda-feira (16). Nesse cenário há indecisão sobre quando haverá encontro entre a bancada peemedebista com a executiva do diretório metropolitano. A intenção é definir posicionamento durante votação da matéria na Casa.
Mas a ex-líder da prefeitura Célia Valadão defende que a conversa ocorra ainda nesta tarde. “Nem fui informada nem convidada. Mas se depender de mim nos reuniremos nesta quinta-feira, como pedi ao presidente”, informa, referindo-se ao deputado estadual Bruno Peixoto.
Reflexo em 2016
Para Eudes Vigor, a crise política pode resultar em dificuldades na corrida eleitoral do ano que vem. “Tem reflexo diretamente nas eleições de 2016, pois existe aliança em andamento. E o posicionamento do Agenor nos leva à reflexão”, diz.
Já Wellington Peixoto vê que a reprovação do vice é especificamente quanto ao projeto do IPTU/ITU. “Apoiamos o Paulo Garcia, é uma questão isolada.”