Irã declara prisão de responsáveis pela queda da aeronave ucraniana
14 janeiro 2020 às 12h01
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Erro gera mais protestos e manifestantes pedem renúncia do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei
O governo iraniano anunciou nesta terça-feira, 14, que prendeu pessoas envolvidas na queda do Boeing 837-800, da Ukraine International Airlines. No entanto, não houve divulgação de nomes e cargo dos acusados. De acordo com o comandante da seção aeroespacial, Amir Ali Hajizadeh, o avião foi confundido com um míssil de cruzeiro e abatido por outro míssil de curto alcance, liberado sem ordem por um soldado após falha nas telecomunicações. O engano matou 176 pessoas.
O porta-voz do Ministério da Justiça, Gholamhossein Esmaili, alegou à imprensa estatal do Irã que investigações amplas estão sendo realizadas no caso e o presidente do país, Hassan Rohani, afirmou que todos os responsáveis deverão ser punidos.
“Para nosso povo, é muito importante que qualquer pessoa que tenha tido culpa ou sido negligente seja levado à Justiça. O Judiciário deve formar uma corte especial com dezenas de especialistas. Este não é um caso comum. O mundo todo estará de olho nesta corte”, declarou Rowhani.
Crise política
Após negar envolvimento na queda do Boeing, o governo admitiu que o avião foi atacado por “erro humano”. Entre as vítimas, haviam 82 iranianos, 63 canadenses e 11 ucranianos. A situação intensificou a crise política no país, que enfrenta ondas de manifestações desde novembro de 2019, quando anunciou o aumento de aproximadamente 50% no preço da gasolina.
Manifestantes chegam ao quarto dia de atos nesta terça-feira, 14. Entre as pautas, a população pede a renúncia do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Cerca de 30 pessoas foram presas por participar de atos considerados ilegais, segundo o governo. Os ativistas acusam a policia de usar munição letal para tentar dispersar os atos.