Por: Pedro Moura e Raphael Bezerra

Investigado em megaoperação que desarticulou uma rede de traficantes ligados ao PCC, Victor Hugo Barbosa da Silva chegou a ser lotado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Goiânia. Segundo apurado pela reportagem, além da principal comissão do legislativo goianiense, o homem de 21 anos recebeu o último salário em março deste ano, lotado como assessor na Diretoria de Transporte e Abastecimento.

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PCDF diz que o homem é procurado | Foto: Reprodução

Por meio de nota, a assessoria do vereador Lucas Kitão (PSD) disse que o servidor não tem lotação e obrigações com o gabinete desde setembro de 2024. “Ele foi contratado por um curto período de tempo após atuar como menor aprendiz, período em que sua atuação foi estritamente profissional”, disse. Para a reportagem Kitão afirmou que na época em que foi contratado, Victor passou por um criterioso processo de checagem de todos os dados dos profissionais como: matrícula escolar e até possíveis antecedentes. O parlamentar também afirmou que não tem o controle do que os servidores fazem fora do horário de trabalho.

Em nota, a Câmara Municipal informou que Victor já foi exonerado mesmo não tendo sido notificada oficialmente. A nota ainda ressalta que a contratação para cargos de comissão só acontece após a comprovada regularidade das certidões e demais documentos estabelecidos em lei para ingresso da função.

Após passagem pelo gabinete de vereador, o investigado foi lotado como assessor parlamentar especial IV, com salário líquido de cerca de R$ 3,4 mil na principal Comissão do Legislativo municipal, a CCJ, onde ficou até o mês de dezembro.

Já em 2025, o homem passou a ser lotado na Diretoria de Transporte e Abastecimento, com salário líquido de cerca de R$ 4,5 mil. De acordo com o portal da transparência da Câmara, o último salário que ele recebeu foi em março deste ano.

Investigação

Victor, de acordo com a PCDF, é filho de um casal integrava que o esquema criminoso no chamado “Núcleo Goiás” da organização criminosa. As investigações apontam que o suspeitos usavam contas bancárias pertencentes a duas pessoas empresas como meio de dissimular e movimentar os valores provenientes do tráfico de entorpecentes.

As empresas, a primeira registrada formalmente como Barbosa Transportes, no ramo de transporte de cargas, e a segunda como Flávio Auto Peças, no comércio de peças automotivas, estariam sobre o controle administrativo de integrantes do casal.

A PCDF considera Victor Hugo Barbosa da Silva como procurado e divulgou a imagem do homem em busca de informações sobre o paradeiro.

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