Investigação na SMT responsabiliza José Geraldo Freire e aponta omissão de Andrey Azeredo
25 agosto 2017 às 10h27

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Relatório parcial do vereador Delegado Eduardo Prado sobre compra de cavaletes será encaminhado ao MP

Atualizada às 12h45 para correção de informação e alteração do título
O relatório parcial do vereador Delegado Eduardo Prado (PV) sobre a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades na Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT) aponta responsabilidade do ex-secretário José Geraldo Freire.
Antecipado ao Jornal Opção, o documento, que será encaminhado ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), é apresentado ao colegiado na manhã desta sexta-feira (25/8) e trata da investigação da compra de 7.150 cavaletes da empresa JBA Comercial Ltda. Há a suspeita de que a maior parte deles jamais chegou à administração municipal.
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Segundo o parlamentar, ficou comprovado que José Geraldo Freire agiu com dolo ao autorizar que os cavaletes fossem retirados diretamente da empresa, o que contraria o edital. “Ele confessou que deu aval para que os servidores fossem à JBA pegar o material. Ou seja, de forma ilegal, violou as regras do contrato”, explicou.
As investigações da Câmara Municipal indicam que a decisão foi a raiz do problema e permitiu que mais de 4 mil cavaletes não fossem computados no sistema do almoxarifado da SMT. “José Geraldo [Freire] tinha ciência da arbitrariedade que cometeu. Além da desorganização tremenda na secretaria, houve ainda a negligência”, completou.
Os servidores e ex-diretores que foram ouvidos durante toda a comissão de investigação foram unânimes ao dizer que não há espaço físico na sede da secretaria para comportar mais que 600 cavaletes. No entanto, para se ter ideia, a própria SMT atesta que teriam sido entregues, de maio a outubro de 2015, mais de 6,6 mil cavaletes.
“É obrigação do gestor, do gerente e do responsável pelo almoxarifado fazerem a vistoria da chegada dos materiais. Só pode pagar produto depois que se certifica o mesmo, é princípio básico da administração pública. Aliás, o rapaz que tomava conta do almoxarifado confessou que não tinha capacidade nenhuma para estar onde estava”, acrescentou.
Andrey Azeredo

O Delegado Eduardo Prado aApesar reconhece que, mesmo não respondendo diretamente, os ex-secretários têm responsabilidade indireta no caso. Justamente por isso apontou para omissão por parte do ex-presidente da SMT e atualmente presidente da Câmara Municipal, Andrey Azeredo (PMDB).
“Não há provas de que Andrey tenha agido com dolo ou tenha se beneficiado das irregularidades, até porque as ex-diretores administrativas Maria Bernadete dos Santos e Patricia Duarte [ambas da Controladoria] assumiram toda a responsabilidade [de atestar o recebimento dos cavaletes]. Por isso optei por deixar para o Ministério Público, ante à investigação, a decisão de denunciá-lo ou não”, arrematou.