Internautas promovem beijaço no restaurante 1008, após denúncia de homofobia

10 fevereiro 2016 às 17h49

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Casal gay diz ter sido ameaçado com uma faca por garçons. Proprietário nega acusação

Dias após o Jornal Opção divulgar com exclusividade um suposto caso de homofobia contra um casal gay no bar Carne de Sol 1008, localizado no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, internautas promovem um “beijaço” no estabelecimento comercial. Até a publicação desta matéria, mais de 30 pessoas já haviam confirmado presença no evento, marcado para as 13 horas do próximo domingo, 14 de fevereiro.
“Dia após dia casais gays são discriminados em bares e restaurantes, que acham que não há problema em nos cutucarem e dizer ‘Poderiam parar de se encostar? Isso aqui é ambiente de família!’, como se fôssemos todos peças de afronta à sociedade”, diz a descrição do evento no Facebook.
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Conforme relatos do advogado Leo Wohlgemuth Lôbo, ele e seu namorado almoçavam no local, quando foram abordados por um garçom que pediu para que eles parassem de se encostar, pois havia “criança perto”. “Estávamos de mãos dadas, fazendo carinho, o mesmo que qualquer ser humano que sente afeto pelo outro faz”, contou.
Após bate-boca, os dois teriam se levantado e partido para o carro. Foi aí que a agressão teria ocorrido: “Um grupo de umas 15 pessoas, entre garçons e vigias de carro [ele não sugeriu que havia outros indivíduos que não eram funcionários do bar], nos cercaram e começaram a nos ameaçar. Eu disse que não queria problemas e entreguei 100 reais para pagar a conta, que deu 80”.
Mesmo assim, um homem — que não era um garçom — teria colocado uma faca em seu pescoço, afirma Leo. “Tomaram o celular do João. Foi horrível”, lamentou.
Por outro lado, o proprietário do Carne de Sol 1008, Cleiton José Gonçalves negou veementemente, ao Jornal Opção, a versão do casal. Segundo ele, a casa já prepara as filmagens das câmeras do local para poder divulgar a verdade sobre o ocorrido.Cleiton conta que os dois não estava só “trocando carícias”, mas, sim, “se pegando mesmo”.
Cleiton assegura que tratou os clientes com toda a cordialidade e que não é do feitio da casa discriminar ninguém. Além disso, o proprietário assegura que os dois estavam “extremamente alcoolizados” e “passaram todos os limites”. “Nós temos clientes homossexuais fieis, nunca isso aconteceu antes. Não instruímos nenhum funcionário a destratar qualquer pessoa, independente de raça, credo ou orientação sexual. Estamos no século XXI”, clamou o proprietário.
“É verdade que meus garçons foram atrás deles, simplesmente porque queriam receber. Não houve agressão. É mentira essa história de faca. O outro, o produtor musical lá, estava tão louco que até pediu o isqueiro de um dos garçons, que ainda emprestou”, completou.