Integrante do PMDB afirma que partido se esqueceu de propor projetos para Goiás

30 abril 2014 às 17h12
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O advogado Enio Juvêncio, que integra a ala “não alinhada” da sigla, criticou a falta de discussão e debate na sigla frente aos desafios enfrentados pelo Estado goiano
Mesmo após o suposto fim do impasse entre o ex-governador Iris Rezende e o empresário Júnior Friboi, o PMDB segue com entraves internos. Dessa vez, o “fogo amigo” foi lançado pelo advogado Enio Salviano. Durante o encontro do diretório regional da sigla na tarde da última terça-feira (29/4), onde foi anunciado o fim da pré-candidatura de Iris, Enio resolveu pegar o microfone e disparou várias críticas ao próprio partido.
O peemedebista, que integra a ala “não alinhada” da sigla, criticou a falta de discussão e debate no partido frente aos desafios enfrentados pelo Estado goiano. Para Enio, o PMDB tem se preocupado apenas com nomes, e esqueceu-se de apresentar propostas. “Nosso compromisso não é com o Íris, nem com o Júnior, é com o povo de Goiás. O atual governo não tem a solução e nós não estamos apresentando. Só estamos discutindo se é figura A ou figura B”, frisou.
Enio é integrante da Fundação Ulysses Guimarães, que tem como principal objetivo propor conceitos que possam conduzir os governos, em todos os níveis, rumo ao desenvolvimento democrático. O advogado também afirmou que o PMDB não tem se preocupado em consultar seus membros sobre questões essenciais ligadas à legenda. “O partido está atrasado, e com o mesmo discurso de 1998”, acrescentou.
Durante seu discurso na reunião desta terça-feira, Enio foi interrompido pelo prefeito de Guapó, Luiz Juvêncio, que, elevando a voz, condenou as críticas do advogado alegando que suas acusações destoavam da pauta do encontro. “Não tem sentido um cidadão, que nem é do diretório, pegar o microfone e criticar os membros do próprio partido na frente de todos. Ele tem que criticar é o Marconi”, defendeu.
Durante entrevista, Enio criticou o prefeito por sua posição. “Luís Juvêncio tem um nível intelectual abaixo do que a população de Goiás merecia ter de um chefe do Executivo”, disparou. De acordo com ele, o prefeito de Guapó ameaçou sair do partido e levar consigo mais 30 prefeitos caso a proposta de convenção fosse firmada pelo diretório regional – tal definição não foi necessária após o recuo de Iris. “Isso não é uma posição democrata”, opinou.
O presidente estadual do PMDB, Samuel Belchior, afirmou ao Jornal Opção Online na tarde desta quarta-feira (30/4) que desconhece o que pode ter causado a insatisfação do advogado. O dirigente alegou que a legenda defende e realiza projetos, bem como concede a devida importância à discussão com todos os membros da legenda.