Integrantes da Rede temem que diferenças com Vanderlan prejudiquem aliança com PSB em Goiás

26 abril 2014 às 14h53

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Martiniano Cavalcante aponta distanciamento entre os dois partidos no Estado e avalia não ser possível depreender uma proximidade com Vanderlan como ocorre entre Eduardo Campos e Marina Silva

A aliança nacional entre PSB e Rede Sustentabilidade, marcada pela relação de apoio mútuo entre Eduardo Campos e Marina Silva, é uma prerrogativa que agrada integrantes de ambas as legendas. No entanto, não é o que acontece em Goiás.
O engenheiro Martiniano Cavalcante, possível nome para concorrer a uma cadeira na Câmara dos Deputados, teme que a falta de afinidade do pré-candidato ao governo estadual pelo PSB, Vanderlan Cardoso, em relação aos valores políticos empreendidos pelo partido informal de Marina possa causar algum desacordo entre as siglas no processo eleitoral deste ano.
Em entrevista ao Jornal Opção Online, Martiniano aponta certo distanciamento entre os dois partidos em Goiás, e avalia não ser possível depreender uma proximidade com Vanderlan como ocorre nacionalmente entre o pré-candidato à Presidência da República e sua provável vice.
“Se a Marina e o Eduardo têm uma proximidade histórica maior, isso não acontece aqui em Goiás. As tradições políticas são bastante distintas. O que estamos procurando fazer é construir uma alternativa que impulsione a chapa nacional, que reflita aqui e contribua para isso”, pontuou.
Ao criticar a atuação dos partidos considerados conservadores, entre eles o DEM do deputado federal Ronaldo Caiado, Martiniano afirma que a composição não pode ceder espaço às “figuras e forças políticas tradicionais, marcadas por um ideal elitista e coronelista que marcou a cultura goiana”.
O atributo mais representativo da aliança entre os dois partidos em Goiás é a presença do procurador federal Aguimar Jesuíno na chapa majoritária. O pré-candidato a senador não é bem visto por muitos integrantes do PSB, que prefeririam ter na composição Ronaldo Caiado.
Aguimar Jesuíno é um pouco mais otimista em relação à aliança PSB-Rede em Goiás e à pré-candidatura de Vanderlan. Em entrevista ao Jornal Opção Online, o procurador afirmou que a atual preocupação é a composição de um programa de governo em comum. “As origens são as mais diversas, mas vamos priorizar a implementação das diretrizes que forem montadas a nível nacional”, disse.
Entre os pontos destacados por Jesuíno que devem estar neste plano de governo estão: o fim da obrigatoriedade do voto; a proposição de mandatos de cinco anos sem a possibilidade de reeleição e candidaturas avulsas sem a necessidade de coligação a partidos.
“Nem todos estão à venda”
Questionado sobre as recentes declarações da deputada federal Flávia Morais (PDT), que apontam a possibilidade de Vanderlan recuar em sua pré-candidatura, Aguimar Jenuíno afirmou que “nem todos estão à venda”. Segundo ele, Vanderlan possui um compromisso com o PSB nacional e não há possibilidade de recuo.
“Vanderlan já deixou claro que tem um projeto para o Estado de Goiás. Em nenhum momento — e estive com ele diversas vezes — ele deixou qualquer dúvida de seu projeto. Não há chances de ser vice ou senador de ninguém. A chance dele renunciar à sua pré-candidatura é zero”, finalizou.
Encontro
As declarações dos representantes da Rede em Goiás foram concedidas na manhã deste sábado (26/4) durante encontro realizado na Câmara de Goiânia. Na ocasião, foi definida a composição do diretório regional da legenda até que sua legalização, prevista para ocorrer entre fevereiro e março de 2015, seja viabilizada na Justiça.
A ideia, conforme explicou Martiniano Cavalcante, é manter a vida orgânica da legenda em parâmetros de legitimidade. Para ele, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em negar a criação da Rede Sustentabilidade foi motivada por interesses estritamente políticos.