Uma auditoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelou que pelo menos R$ 45 milhões foram descontados de forma indevida das contribuições de beneficiários desde janeiro de 2023. O relatório, enviado à Polícia Federal (PF) e à Controladoria-Geral da União (CGU), estima que o valor se refere a mensalidades associativas cobradas sem autorização de cerca de 1,1 milhão.

Os dados são baseados em notificações feitas ao INSS por beneficiários que afirmaram nunca terem autorizado os descontos. O valor médio dos descontos mensais foi de R$ 43,12. Segundo as auditorias, o número pode ser ainda maior, já que muitos investidores só percebem os descontos indevidos quando consultam o extrato do benefício.

A investigação também colabora na fiscalização das entidades responsáveis ​​pelas cobranças. Novas organizações foram flagradas descontos sem a dívida comprovação de filiação de afiliados. Em uma amostra de 603 casos de filiação, 55% não incluíam documentação necessária para validar os descontos.

O relatório também aponta a missão na fiscalização por parte dos diretores do INSS. As auditorias mostram que, em 2022, durante a gestão do ex-diretor José de Oliveira, e em 2023, sob o comando de André Fidelis, a Diretoria de Benefícios não realizou inspeções suficientes nas entidades investigadas. Em alguns casos, associações que foram afastadas por fraudes em 2019 tiveram seus acordos de cooperação técnica renovados.

Entre janeiro de 2023 e maio de 2024, os repasses das mensalidades associativas chegaram a R$ 3,07 bilhões, envolvendo mais de 7,6 milhões de beneficiários. No mesmo período, o INSS recebeu mais de 1,1 milhão de pedidos de exclusão de mensal

A investigação interna foi solicitada pelo atual presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, após denúncias de irregularidades publicadas pela imprensa. Entre as conclusões da auditoria, destacam-se o uso de assinaturas eletrônicas irregulares, falhas na avaliação de riscos para novos acordos com entidades e repasses indevidos.

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