Oposicionista relata que abertura ganhou a simpatia dos vereadores. Ausência de comunicação entre o petista e a Casa era alvo de reclamação 

Paulo Garcia (à esquerda) foi elogiado por Elias Vaz | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção e Eduardo Nogueira/Câmara de Vereadores
Paulo Garcia (à esquerda) foi elogiado por Elias Vaz | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção e Eduardo Nogueira/Câmara de Vereadores

Bastou o prefeito Paulo Garcia (PT) manifestar-se propenso ao diálogo para que o vereador Elias Vaz (PSB), oposicionista dos mais ferrenhos ao Paço na Câmara de Municipal, elogiasse o posicionamento do petista no início deste ano.

Em entrevista ao Jornal Opção Online, o pessebista afirmou que “gostou muito” do método que está sendo aplicado ao projeto de reforma administrativa da Prefeitura de Goiânia.

“É importante a atitude dele, pois em vez de aumentar impostos, ele tem é que reduzir a quantidade de cargos comissionados e de secretarias extraordinárias”, comentou, se referindo à iniciativa do gestor em apresentar a matéria antecipadamente aos integrantes da mesa diretora da Casa e sindicalistas. O petista também ouviu sugestões e críticas de vereadores.

[relacionadas artigos=”23214,24429″]

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) — colegiado dos mais importantes da Casa —, Elias disse que a linha de planejamento adotada pelo prefeito “ganhou a simpatia” da cúpula da Câmara.

De acordo com ele, a oposição está aberta a conversações. “Não estamos aqui para prejudicar, se o projeto for bom para a cidade e a prefeitura, vamos votar a favor”, ressaltou.

Mas Paulo Garcia não pode se gabar: é consenso que nenhum detalhe sobre quais pastas serão extintas ou fundidas foi repassado aos vereadores até o momento. Questionado se seu partido perderia espaço com as reformulações, o quarto secretário da Casa, Mizair Lemes Júnior (PMDB), respondeu que não havia sido consultado em nível de partido. O peemedebista apoiou a eleição da atual presidência, liderada pela oposição.

A abertura de diálogo antecipado foi uma das principais exigências do novo presidente da Câmara, Anselmo Pereira (PSDB), um dia após ser eleito.

“Se quiser conversar, vai ter que ouvir”, alertou tucano, em entrevista ao Jornal Opção Online no mês passado. O dirigente indicava que projetos importantes a serem enviados ao Poder Legislativos pudessem ser apreciados com mais tempo, debate e transparência.

A reforma

O projeto de reforma administrativa ainda está sendo elaborado e deve chegar à Câmara de Vereadores apenas em fevereiro. A previsão é que o Paço Municipal exclua dez secretarias, de um total de 27, além da fundir pastas.

A economia chegaria a R$ 6 milhões mensais, o que resultaria em R$ 72 milhões por ano. O valor se aproxima ao que os cofres da prefeitura deveria arrecadar caso o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU/ITU) tivesse sido aprovado no mês passado.

A prefeitura quer também a redução de cargos em comissão de diretorias e de assessoria especial e de gabinete — o que se aproximaria a 40%.