Ingrid Guimarães e Tatá Werneck não possuem nenhum laço de parentesco, mas durante várias semanas viveram como se fossem verdadeiras irmãs.

Juntas para as gravações do filme “Minha Irmã e Eu”, as atrizes compartilharam o set de filmagens, percorreram quilômetros pelas estradas de Goiás, dividiram o mesmo quarto de hotel e até mesmo as preces antes de dormir, endereçadas a Deus.

“A Tatá não dorme sozinha, ela não gosta, então todos os dias ela tomava o banho dela e ia para a minha cama, lá em Goiânia. E eu ficava esperando ela vir. Numa hora, até dei uma chave e falei: ‘Entra na hora que você quiser’. Ela é tão pequena que nem atrapalha na hora de dormir. Só que ela é muito religiosa. Menina, as orações dela não acabam!”, revela Ingrid. 

“Ela rezava, rezava, rezava, e eu: ‘Já tá bom, Tatá?’. Ela respondia: ‘Só mais uma’. Era baixinho, só que você não conseguia dormir. No final, estávamos eu e ela rezando” , relembra a atriz, aos risos. “Ela tem essa coisa de ter um pouco de medo, de não dirigir na estrada… É bem irmã mais nova.”

Sob a direção de Susana Garcia, conhecida por dirigir o filme nacional de maior bilheteria até então, “Minha Mãe É uma Peça 3”, o filme estrelado por Ingrid e Tatá será lançado na quinta-feira, 28. A trama narra a história de Mirian e Mirelly, duas irmãs nascidas no interior de Goiás com personalidades e trajetórias de vida distintas, que necessitam se reencontrar.

Para além da busca por conquistar o grande público, esta é a primeira vez em que Ingrid não apenas atuou diante das câmeras, mas também participou da produção e escreveu o roteiro da mesma obra. “Eu surtei. Eu, com certeza, surtei”, conta.

“Foi um desafio porque acabei me envolvendo muito com os problemas de produção. A gente adiou muito o filme, marcamos duas vezes para começar e chegamos a fazer a pré-produção, mas tinha a pandemia [de Covid-19]. E é um road movie, você depende muito do tempo. O céu de Goiânia é lindo, mas caía muito rápido. Nós gravamos no interior de Goiás, em Pirenópolis, e era época de chuva. Não foi fácil.”

Moradora no Rio de Janeiro, porém criada em Goiânia, Ingrid revela que muitos elementos de sua história familiar e de sua vivência no Centro-Oeste contribuíram para a construção da narrativa do filme.

“Tem duas frases que eu coloquei no filme e que dizem muito sobre a minha história: ‘Não importa para onde você vai, importa de onde você vem’. E ‘quando você se perde na vida, olhe de onde você vem, que lá você vai encontrar o seu alicerce’.”

Além do conforto proporcionado por suas origens e laços familiares, a atriz ressalta a importância de suas amizades femininas e das relações fraternais que elas geram. Ela afirma fazer parte do grupo de mulheres que se identificam com a reflexão da psicanalista e socióloga Ingrid Gerolimich, expressa na revista Tpm, sobre a amizade feminina como um novo tipo de amor romântico.

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