Indústrias e agricultores serão afetados por restrição de captação de água do Meia Ponte
12 setembro 2017 às 12h56

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Por causa da escassez hídrica da bacia do Rio Meia Ponte, prioridade será o abastecimento humano

A Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) anunciou na manhã desta terça-feira (12/9) as medidas de restrição na captação de água da bacia do Rio Meia Ponte que serão tomadas a partir do decreto de situação de emergência assinado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) na semana passada.
Segundo o secretária da Secima, Vilmar Rocha, para normalizar o abastecimento da população da Região Metropolitana de Goiânia (RMG), indústrias e agricultores que fazem uso de irrigação terão uma restrição de 50% na retirada de água de rios e represas que compõem a bacia do meia ponte.

“A prioridade é o abastecimento humano e dessedentação animal. A restrição estará em vigor a partir de hoje (12) por 90 dias, mas avaliações semanais e mensais serão feitas durante este período para apurar a eficácia das determinações. Portanto, podemos abrandar ou endurecer as medidas, de acordo com o que for constatado”, explicou Vilmar Rocha.
Além do volume mais baixo de captação de água, as irrigações apenas poderão ser feitas no período noturno, para otimizar o processo com a menor evaporação da água. No período de 90 dias, não será renovada nenhuma outorga de captação de água já existente e nem será feita a emissão de novas.
Com essa restrição, a secretaria espera uma redução de aproximadamente 500 litros de água por segundo nas captações, melhorando assim, a vazão no ponto de captação da Saneago. Atualmente, a empresa de saneamento tem uma outorga para fazer captação de até 2.300 L/s, mas, por conta da seca, tem conseguido captar apenas entre 1.500 e 1.700 L/s.
Isso somado ao início do funcionamento do Sistema Mauro Borges de captação de água do Ribeirão João Leite, deve normalizar o abastecimento de água na capital e cidades vizinhas. “O que vai resolver o problema 100% é apenas a chegada da chuva, mas estamos em uma situação emergencial e medidas estão sendo tomadas para normalizar o abastecimento para a população”, explicou Vilmar Rocha.
O decreto determina também que a Saneago apresente à Secima relatórios semanais sobre os níveis de captação de água, reforce as campanhas que incentivam o racionamento e dê publicidade em caso de possíveis cortes no abastecimento.
Falta de chuva e outras regiões
Os estudos técnicos realizados pela Superintendência de Recursos Hídricos, que levaram à elaboração das medidas de restrição, levaram em conta a forte estiagem que atinge o Estado há pelo menos 3 anos. Entre 2014 e 2017, houve uma redução de 25% nos índices de chuva acumulada nos municípios de Goiânia e em Santo Antônio de Goiás.
Diante disso, Vilmar Rocha não descarta a possibilidade de problemas de abastecimento em outras regiões de Goiás. “Aqui na região metropolitana está 25% da população do Estado e até mesmo por isso esse cuidado. Mas vivemos uma seca muito severa e, portanto, provavelmente teremos restrições em outros lugares também. Analisaremos caso a caso”, disse o secretário.
O prognóstico para os próximos meses de setembro, outubro e novembro também aponta para chuvas abaixo do normal.