Índia anuncia exportação de vacina para seis países e Brasil fica de fora
19 janeiro 2021 às 15h57

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Negativa em liberar doses de vacinas para uso emergencial frustrou planos do Ministério da Saúde. Imunizante da AstraZeneca é produzido no país asiático

De acordo com o ministério das Relações Exteriores da Índia, o país começará a exportar vacinas contra a Covid-19 nesta quarta-feira, 20. Os destinos das doses serão Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seychelles. O Brasil, no entanto, ficou fora dessa lista.
O Ministério das Relações Exteriores disse que a Índia fornecerá vacinas contra a Covid-19 aos países parceiros nas próximas semanas e meses, considerando a necessidade de cada um.
O primeiro-ministro do País, Narenda Modi, disse que a Índia aguarda a confirmação das autorizações regulatórias para enviar as doses também ao Sri Lanka, Afeganistão e ilhas Maurício. No documento divulgado no site do ministério, esses são os únicos países na lista de futuros beneficiários.
O país indiano recebeu pedidos de dezenas de países, incluindo apelos urgentes do Brasil, para iniciar as exportações da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceira com a farmacêutica Astrazeneca. Contudo, a Índia optou por priorizar seus vizinhos asiáticos.
Vacinação no Brasil
Na segunda-feira, 18, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governo brasileiro não recebeu até o momento uma “resposta positiva” a respeito de quando será enviada da Índia a remessa de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, mas que isso pode ocorrer nos próximos dias desta semana.
Na semana passada, o governo da Índia negou a liberação das vacinas e frustrou os planos da pasta, que contava com os imunizantes para o início da campanha de vacinação no Brasil. Uma missão do Ministério da Saúde deveria buscar as doses e era esperado para retornar ao país até domingo. Contudo, a aeronave que iria ao país asiático buscar o produto nem chegou a decolar.
No Instituto Serum, que produz as doses da vacina, uma das previsões é de que o abastecimento ao Brasil poderia ocorrer apenas no início de fevereiro. Com o atraso, o Ministério da Saúde teve de recorrer à Coronavac para que os estados pudessem iniciar a vacinação.
As duas vacinas (da AstraZeneca e a Coronavac) foram autorizadas no domingo pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial.
[Esta matéria conta com informações da Folha de S. Paulo]