Indefinição do PT reduz possibilidade de apoio do Psol, que pode aumentar aposta em Cíntia Dias

30 maio 2022 às 08h03

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Para a presidente do diretório municipal do Psol em Goiânia, Manu Jacob, está na hora do partido “começar a fazer política diante dessa indecisão do” Partido dos Trabalhadores

As divergências e a indefinição quanto ao nome da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil) para o Palácio das Esmeraldas pode impulsionar a candidatura própria do Partido Socialismo e Liberdade. O Psol ainda está aberto ao apoio ao governadoriável do PT, PV e PCdoB, que caminham juntos pelos próximos quatro anos, mas, com as dificuldades de alinhamento e a demora na oficialização de um pré-candidato, a sigla já cogita investir de forma mais contundente na presidente estadual do diretório goiano, Cíntia Dias, cujo nome já foi colocado à disposição na disputa pelo governo de Goiás.
Para a presidente do diretório municipal do Psol em Goiânia, Manu Jacob, está na hora do partido “começar a fazer política diante dessa indecisão do PT”. O Partido dos Trabalhadores avaliava lançar candidato próprio, cujo nome cotado é o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), Wolmir Amado; ou acatar a defesa do Partido Comunista do Brasil e apoiar o ex-governador José Eliton, nome do PSB que desistiu da candidatura na última quinta-feira, 26, sob alegação de falta de tempo hábil para pré-campanha depois que o PT remarcou do dia 28 para o dia 11 o prazo definido para a escolha de um governadoriável.
O fato de José Eliton ter refluído da pré-candidatura inclusive coloca pedras no caminho do apoio, que estava em estágio avançado, do Partido Socialista Brasileiro à FE Brasil em Goiás. Antes tido como certo, agora o presidente do PSB goiano, o deputado federal Elias Vaz, afirma que está fechado apenas que a legenda vai seguir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Palácio do Planalto. Em Goiás, o parlamentar e líder partidário já cogita reabrir o diálogo com o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e pré-candidato ao governo, Gustavo Mendanha (Patriota). Outro ponto turvo no processo de escolha do nome da esquerda para o executivo estadual é Partido Verde, cujo presidente Cristiano Cunha articula em âmbito nacional o apoio ao governador Ronaldo Caiado (UB), que busca a reeleição na chapa que tem Daniel Vilela, presidente do MDB em Goiás, na vice.
O fato é que todos esses pontos e a prorrogação da decisão colocam em risco outros apoios não federados, como o da Rede e do Psol, que vê espaço para crescimento de Cintia Dias. A presidente do diretório goiano está à disposição da disputa desde o dia 13 de maio. Ela substituiu o professor Weslei Garcia, antes pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas e agora cotado para um cargo na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), depois que a legenda fechou composição com a Rede Sustentabilidade.