Inauguração do Hospital de Uruaçu deve ocorrer nos próximos dias; previsão é de abertura de 386 novos leitos de UTI e enfermaria em Goiás
12 março 2021 às 11h18

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Com aumento de casos no estado, ocupação de UTI e enfermaria se mantêm na margem de 98% e 84%, respectivamente

Na busca de tentar reduzir a superlotação dos hospitais, 386 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) serão abertos no estado, segundo o secretário de Estado de Saúde, Ismael Alexandrino. Inauguração do Hospital de Uruaçu deve ocorrer nos próximos dias.
Mesmo com constante abertura de novos leitos, que mais do que dobrou desde o início da pandemia, a demanda por mais unidades aumenta a cada dia, devido a alta taxa de transmissão do novo coronavírus. Segundo o secretário, no início da gestão do governo do Estado, Goiás possuía 253 leitos de UTI, número que se elevou a 709, sendo 447 destinados ao tratamento da doença.
“Ainda que estejamos abrindo muitos leitos, a gente está próximo da lotação máxima. A tendência é que a alta ocupação dos leitos de UTI se mantenha, pelo menos, até maio. O que a gente acredita, é que até o final de março, esse número continue subindo até a última semana, onde deve estabilizar acima dos 90%. O mês de abril inteiro deve passar bem apertado, e a gente imagina que em maio comece a ter uma queda sustentada. Essa é a expectativa”, prevê Ismael.
Com a inauguração do Hospital de Uruaçu, que deve ocorrer nos próximos dias, 186 novos leitos serão disponibilizados. A abertura da unidade, que estava prevista para a primeira semana de março, depende da chegada de tanques de oxigênio vindos do município de Jundiaí, em São Paulo. Em Goiânia, no próximo domingo, 14, 100 novos leitos de UTI Covid devem ser abertos no Hospital das Clínicas (HC).
Além disso, há a previsão de que até o próximo domingo, 14, aumente 80 leitos de enfermaria em Aparecida de Goiânia. Para os próximos dias, também serão abertos 10 Unidades de Terapia Intensiva em Iporá, sob gestão municipal. Na última quarta-feira, 10, ainda foram disponibilizadas outras 10 unidades de UTI em Luziânia, que foram totalmente preenchidos entre 3h a 4h depois de abertos.
“As medidas mais eficazes são a vacina, que está acontecendo, mas com uma velocidade aquém do que a gente gostaria, pela indisponibilidade, e o distanciamento das pessoas com o uso de máscaras. Além disso, os municípios estão, na medida do possível, adequando aos poucos as suas estruturas, para que os pacientes, mesmo aqueles que aguardam leitos de UTI de Covid, continuem tendo assistência. Nesse momento, estamos com o sistema bastante cheio, com muita gente pressionada. Há uma saturação de UTI, mas os pacientes não estão desassistidos, só que se essa ampliação de casos continuar nesse ritmo, a chance de complicar ainda mais é grande”, acrescenta o secretário de saúde.
Ismael Alexandrino ainda cita a falta de profissionais da saúde como um grande impedimento a abertura imediata de novos leitos, já que, a medida que se abrem novas unidades, é necessário que se aumente o número de pessoas que serão responsáveis por cuidar dos respectivos pacientes.
Insumos e medicamentos
Ao ser questionado pelo Jornal Opção quanto a quantidade de insumos e medicamentos existentes na rede estadual, secretário afirma que há suprimento. “No ano passado, substituímos estruturas menores por grandes tanques de oxigênio, montamos algumas usinas e temos contratos vigentes e robustos”, acrescenta.
Covid-19 em Goiás
Com o avanço da doença no estado de Goiás, desde o fim de fevereiro, as redes de saúde municipal e estadual se encontram lotadas. Os leitos de enfermaria destinados ao tratamento da Covid-19 possuem lotação de 84,57%. Já os de UTI, estão na casa de 97,77%, com somente 10 disponíveis.