Imprensa nacional destaca proposta goiana das OSs na educação
13 dezembro 2015 às 15h32

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Reportagem e artigo publicados na revista Época elogiam coragem do governador Marconi Perillo e discutem educação pública

Reportagem e artigo publicados na edição desta semana da revista Época mostram a experiência de sucesso de diversos países que adotaram o modelo de gestão compartilhada, como Estados Unidos e Chile, e afirma que desafio do ensino público brasileiro é encontrar modelo de gestão que não afunde o ensino-aprendizado.
Preocupados com o baixíssimo desempenho das escolas públicas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), os mais renomados especialistas da área veem na gestão compartilhada com Organizações Sociais (OS) a saída para o dilema da qualidade do ensino.
As matérias mostram especialistas em educação analisando a proposta do governador Marconi Perillo (PSDB) de adotar o modelo e sugerem que a gestão por OS pode ser a saída para os desafios da administração (e ensino) de qualidade.
A reportagem especial de Época afirma, já no título, que “Goiás vai transferir escolas do Estado para Organizações Sociais” e que “esse modelo melhorou o desempenho dos alunos em vários países”.
Em artigo publicado na revista, Fernando Schüller, professor do Insper e curador do Projeto Fronteiras do Pensamento, afirma que o governador goiano decidiu desafiar o “lobby” da educação estatal, que “já deu todas as provas de que não funciona”. “O modelo é simples”, diz o professor: “o controle e o financiamento são do governo; a gestão é privada, ainda que sem fins lucrativos”.
A revista resume a proposta do governo: “Na prática, as escolas passarão a ter administradores profissionais”. “No modelo das OSs, deixa de ser responsabilidade do diretor da escola o bom funcionamento dos banheiros, dos computadores, da cozinha ou da segurança”, versa o texto.
Época detalha a proposta do Governo de Goiás de começar a gestão compartilhada com OS por 200 das quase 1.100 escolas da rede estadual e observa que iniciativas idênticas ou semelhantes deram muito resultado em diversos Países ao redor do mundo.
“Haverá uma administração profissional, enquanto a parte pedagógica permanecerá nas mãos do Estado. A princípio, não haverá metas de expansão. Tudo dependerá dos resultados”, informa.
A reportagem traz declarações da secretária de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, sobre o debate, com alunos, pais e professores, sobre a definição da modelagem mais apropriada. “Nosso objetivo é fazer tudo com muito cuidado e com o acompanhamento minucioso do dia a dia da escola”, comenta a tucana.
O texto traz ainda os resultados positivos alcançados por Pernambuco, que já testou o modelo, com sucesso. Depois da experiência, o Estado replicou as práticas mais eficazes por sua rede e encerrou a experiência das OS para não criar ilhas de excelência e aumentar a disparidade na rede pública. Hoje, há 328 escolas integrais e semi-integrais em Pernambuco. Em 2001, a taxa de desistência dos estudantes do ensino médio era de 24,5%. Hoje, esse índice é de 3,5%. Nas escolas integrais e semi-integrais, a taxa é de apenas 1,3%”, diz o texto.
“A experiência que existiu em Pernambuco e existirá em Goiás é novidade no Brasil, mas não no mundo”, diz o texto de Época, para lembrar que “Estados Unidos, Inglaterra, Chile, Suécia e Portugal estão entre os países com parceria público-privada na educação”.
A reportagem observa que, “quando bem sucedido, esse modelo mostra melhora significativa de resultados em comparação com a média das escolas públicas”. E cita o caso dos EUA, onde o modelo existe há 22 anos, é composto por “6.400 escolas charter, como são chamadas, com mais de 2,5 milhões de estudantes (…) e escolas com grande capacidade de impacto nos grupos sociais em que a estrutura familiar e cultural não costuma ajudar [e pode até prejudicar] o aprendizado”.
“A qualidade da educação que o jovem brasileiro recebe hoje equivale à que o chileno recebia na década de 1960. O mérito desses países é mostrar que a educação pública não é sinônimo de educação estatal. Goiás começou a desbravar, aqui no Brasil, esse mesmo caminho”, afiança o trecho final da reportagem de Época.