“Impossível”, diz diretor executivo da Redemob sobre ônibus apenas com passageiros sentados
18 março 2021 às 18h22
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Nas últimas duas semanas, frota recebeu reforço de 220 veículos e, mesmo assim, não conseguiu desafogar volume de passageiros
No relatório sobre a demanda do transporte coletivo na manhã desta quinta-feira, 18, em Goiânia, foi constatado um volume 138% maior que a demanda esperada para o período. A medição foi registrada entre 4 e 10h da manhã, com destaque para o pico entre 6h e 7h, em que o volume ficou 153% acima do esperado.
Levantamento da Redemob constatou que 86,6% dos entrevistados utilizam o transporte coletivo para ir ao trabalho, mas que 52,6% deles não trabalham em atividades essenciais.
Para Leomar Avelino, diretor diretor executivo da Redemob Consórcio, fica claro que os decretos não estão sendo cumpridos.
“Vemos que as pessoas utilizam por necessidade, para irem trabalhar. Elas não estão utilizando o transporte coletivo à toa. As pessoas precisam comer, sobreviver”, disse ao Jornal Opção.
Em entrevista coletiva na quarta-feira, 17, Avelino afirmou que é impossível cumprir com a determinação de todos os usuários do transporte viajarem sentados. Isso, porque a frota já foi aumentada em 220 veículos.
“Para se ter um transporte capaz de levar pessoas sentadas, é preciso primeiro que ele já esteja com baixo volume de passageiros antes de uma pandemia, porque aí quando você decreta um lockdown, consegue esvaziar o suficiente para que todos estejam sentados”, explicou.
Avelino acredita que a questão é muito complexa de se resolver e não pode ser responsabilidade única da Redemob. É preciso também da união dos Poderes para conseguir mitigar o problema.
“Em todo país houve várias tentativas de se alcançar isso. Em nenhum lugar conseguimos isso, nem na modalidade metrô, trem ou ônibus”, observou.
“No eixo anhanguera, operada pela Metrobus, de capital público e privada, você tem ônibus articulados ou biarticulados com 60 assentos, por exemplo, precisaria triplicar a frota atual”, explica.