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Sebastián Piñera terminará o mandato em março de 2022 após enfrentar um processo por suspeitas de irregularidades na compra e venda de uma empresa de mineração

Sem atingir os 29 votos necessários para a aprovação do impeachment do presidente do Chile, Sebastián Piñera, a Câmara do Senado chilena rejeitou na última terça-feira, 16, duas acusações constitucionais contra o presidente e arquivou os processos contra o presidente após o vazamento das irregularidades na compra e venda de uma empresa de mineração. As denúncias foram reveladas pela investigação jornalística conhecida como “Pandora Papers”.

A primeira foi referente a violação do presidente à Constituição do país, que terminou com 24 votos favoráveis e 18 votos contrários. A segunda votação analisou o comprometimento grave à honra da nação, que teve 22 votos a favor e 20 votos contrários. Nas duas votações houve uma abstenção.

Os senadores que se posicionaram contra o impeachment mencionaram a existência de animosidade contra a figura do Chefe do Executivo. Também disseram que não havia provas consistentes contra o político, que estava sendo impichado faltando quatro meses para o fim do mandato de Piñera. Para retirá-lo do poder, a oposição precisava de 29 votos a favor. Agora, ele deve terminar o segundo mandato, em março do próximo ano.

A decisão do Senado foi tomada cinco dias antes das eleições presidenciais, nas quais Piñera não irá concorrer. O impeachment do presidente havia sido aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados. Passado o processo, o presidente divulgou uma carta ao povo chileno, onde agradeceu a atitude dos senadores e deputados que atuaram com seriedade e responsabilidade neste processo que era “baseado em fatos falsos, suposições e sem fundamento”.

“Hoje, mais do que nunca, devemos trabalhar para superar a grave deterioração da qualidade da política, onde os interesses partidários ou eleitorais muitas vezes prevalecem sobre os melhores interesses do país e dos chilenos”, publicou o presidente.