O partido União Brasil (UB) está enfrentando rebelião interna que pode levar ao esvaziamento da sigla. Além da divisão sobre a adesão à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o partido acumula conflitos regionais que têm como principais alvos o deputado Luciano Bivar (PE), presidente da legenda, e seu vice, o advogado Antonio Rueda.

De acordo com fontes dentro do partido, os desentendimentos começaram com a movimentação de Rueda para retirar o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, da direção estadual do União. Ele é marido da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e fez campanha para Lula, enquanto o vice-presidente do União é da ala que resiste à adesão da sigla ao governo.

Os deputados do Rio de Janeiro prometem pedir a desfiliação caso não sejam atendidos em seus pedidos de cargos na estrutura partidária e no governo de Cláudio Castro. Há relatos de ameaças de agressão contra os dirigentes partidários por parte dos envolvidos.

A gota d’água da briga foi a negociação de Bivar e Rueda com o governador do Rio para preencher cargos no Rioprevidência e no Detran, sem consultar os parlamentares.

Waguinho levou as reclamações a Bivar, que reagiu cortando o acesso do presidente estadual da legenda ao sistema que permite movimentar o fundo partidário. Em resposta, o prefeito diz que pode ir à Justiça para que ele e deputados do seu grupo político possam deixar a legenda sem sofrer punição por infidelidade partidária.

A bancada fluminense do União na Câmara é formada por Chiquinho Brazão, Juninho do Pneu, Marcos Soares, Murillo Gouvea, Ricardo Abrão e Dani Cunha. A temperatura subiu ao ponto de aliados de Rueda relatarem ameaças de agressão por parte de pessoas próximas aos parlamentares.