Hutrin monta quarto de isolamento para lidar com possível chegada do coronavírus
31 janeiro 2020 às 11h52
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“Não há nenhum caso registrado — nem em Trindade e nem no Estado — e esperamos que não haja, mas precisamos estar preparados”, explica o diretor da unidade
Foto: Reprodução
O Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) preparou um quarto de isolamento e, com ajuda do médico infectologista Guillermo Sócrates, alertou o corpo clínico e os colaboradores para os procedimentos que devem ser adotados em caso de suspeita de coronavírus. “Não há nenhum caso registrado — nem em Trindade e nem no Estado — e esperamos que não haja, mas precisamos estar preparados”, explica Getro de Oliveira Pádua, diretor do hospital.
Além de cumprir a determinação da Secretaria de Saúde da Goiás (SES-GO), de preparar um espaço para tratar um possível doente, o Hutrin reforçou as informações para o corpo clínico. Na quinta-feira, o infectologista passou informações sobre a doença e as melhores formas de prevenção, fazendo um alerta para todos reforçarem os cuidados com higiene, como lavar as mãos regularmente, cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar, além de evitar contato muito próximo com pessoas que apresentem sintomas como febre alta, tosse, dificuldade para respirar e problemas gástricos. São dicas que servem também para a prevenção de todos.
“Essa família de vírus causa doenças respiratórias que vão de um simples resfriado a uma síndrome respiratória aguda grave (SARS), que pode levar a óbito”, explica o médico. Lembrando que ainda não há um tratamento definido, ele reforçou para a equipe do Hutrin que o uso do álcool para higienizar as mãos deve ser ainda mais frequente. “Assim como a gripe, o vírus fica em período de incubação por um tempo ainda não definido e você pode ter tido contato com alguém infectado e não saber, por isso tome mais cuidado do que o normal”, orienta Guillermo.
A preocupação do Hutrin se justifica pelo histórico da doença. O coronavírus está saindo da China. Já há casos confirmados também na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Singapura, Malásia, Camboja, Nepal, Vietnã, Sri Lanka, Arábia Saudita, Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Reino Unido e Alemanha. No Brasil há nove suspeitas, segundo o Ministério da Saúde.
Segundo os protocolos do Ministério da Saúde, são consideradas suspeitas de contaminação por coronavírus pessoas que apresentem febre e tosse ou dificuldade de respirar e que tenham história de viagem com transmissão local nos últimos 14 dias ou entraram em contato com pessoas suspeitas, também nos últimos 14 dias. Ou seja, não é qualquer sintoma de gripe ou de problema respiratório que é considerado caso suspeito de coronavírus.
Centro de Operações Estratégicas do Coronavírus
A Secretaria da Saúde esclarece que não há registro de casos suspeitos de coronavírus em Goiás. No entanto, ativou oficialmente o Centro de Operações Estratégias (COE), por meio de portaria a ser publicada nesta sexta-feira, 31, no Diário Oficial do Estado (DOE). O grupo é composto por equipe multiprofissional, com finalidade de definir e monitorar ações de vigilância epidemiológica, assistência e comunicação.
Com especialistas em emergência em saúde pública, o COE implantou um plano de contingência no qual foram definidas as ações em vigilância epidemiológica, como protocolos de critérios para casos suspeitos, orientação dos profissionais de saúde para lidar com possíveis casos e monitorá-los. Nesse período, deverão ser utilizadas as mesmas precauções usadas em anos anteriores para os casos da gripe H1N1.