Humberto Aidar diz que Caoa recebeu R$ 160 milhões em crédito moeda sem contrapartida
23 outubro 2019 às 12h26
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Para relator da CPI dos Incentivos Fiscais, “enquanto os grandes mamam na teta do Estado, micro, pequenos e médios empresários não recebem nenhum incentivo”
Foto: Divulgação
O deputado Humberto Aidar (MDB) criticou o valor excessivo de incentivos fiscais que empresa Caoa Hyundai recebeu do Estado e comentou a decisão da montadora em permanecer no Estado. Conforme mostrado pelo Jornal Opção na tarde da última terça, 22, após muita especulação de que a automobilística deixaria Goiás por conta de uma mudança na política de incentivos fiscais, a empresa confirmou sua permanência.
“Muito tem se falado sobre indústrias que vão embora. A Caoa ontem deu uma entrevista dizendo que não vai. Mas é claro que não”, disse o parlamentar. Em seguida, Aidar justificou: “Vou mostrar aqui, e prestem atenção na mordomia dessa ‘dona’ Caoa”. E enumerou: “Ela [Caoa] ganhou aquele crédito moeda de R$ 42 milhões em 29 de maio de 2006. Crédito este que estamos apresentando um projeto de lei para acabar com ele. Não há contrapartida, ou seja, o Estado literalmente dá para que façam o que quiser”.
Posteriormente, ele disse que, em 2007, o valor foi alterado para R$ 72 milhões. “E o que a Caoa fez? Vendeu o que ganhou e negociou com a Celg [Estatal, à época, responsável pela distribuição de energia]. Depois, a partir de uma lei aprovada aqui [Assembleia Legislativa], esse crédito moeda foi para R$ 90 milhões. Mais tarde ele atingiu a cifra astronômica de R$ 160 milhões”.
Mas não para por ai. Segundo Aidar, a empresa também recebeu financiamento via o programa Produzir superior aos R$ 1,2 bilhão. De créditos outorgados foram, segundo ele, R$ 2,9 bilhões. Ao passo em que o montante de ICMS pago ao Estado foi de “míseros” 0,24%.
“Eles pagaram ao Estado R$ 121 milhões. O que é muito inferior ao crédito moeda que recebeu de graça. Não venha com essa conversa de que a Assembleia está jogando duro, é dinheiro que foi dado de graça. É por isso que eles estão a nos atacar”, completou.
Por fim, o parlamentar lembrou que os pequenos, micros e médios empregadores “que são os que mais geram emprego e renda para a população goiana”, não contam com absolutamente nada de incentivo. “Nós representamos o povo e não podemos aqui aprovar leis só para os grandes. Temos que acudir os pequenos que são os maiores empregadores. Vamos reverter essa lógica”, disse.
A Caoa Hyundai foi procurada para comentar as acusações, mas afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto.