Humanização no tratamento de pacientes do sistema de saúde estadual busca integrar práticas culturais e artísticas
06 dezembro 2024 às 19h42
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No contexto hospitalar, onde o adoecimento físico e emocional é constante, ações de humanização vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de melhorar a experiência do paciente. No Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), em Goiânia, a humanização da saúde busca integrar práticas culturais e artísticas ao tratamento médico, com o intuito de aliviar o sofrimento físico e emocional dos pacientes.
No HGG, a humanização é promovida por meio de diversas iniciativas. Entre elas, estão o “Sarau do HGG”, que traz apresentações musicais semanais para os pacientes, e o projeto “Riso no HGG”, que utiliza a terapia do riso como ferramenta para proporcionar momentos de leveza durante o período de internação. O “Semeadores da Alegria” leva mensagens de apoio e fé para os pacientes através de jovens vestidos de palhaços, enquanto o “Dose de Letras” distribui livros, revistas e gibis aos internados por meio de uma biblioteca itinerante.
A arte também ocupa um espaço importante no HGG. O hospital organiza exposições de obras de arte, que ficam expostas nos corredores, e oferece aulas de pintura e desenho para pacientes. Essas atividades buscam oferecer aos pacientes uma forma de expressão e envolvimento, além de transformar o ambiente hospitalar. Estudos realizados com pacientes que participaram dessas atividades mostraram uma redução nos índices de ansiedade e depressão, confirmando o impacto positivo das ações de humanização.
Jonatan Ghilardi, um dos pacientes do HGG, compartilha sua experiência com as atividades de humanização. Professor de música, Jonatan foi diagnosticado com uma doença neurológica autoimune que afetou sua visão. Ele passou por tratamento com pulsoterapia para controlar a inflamação no nervo óptico, mas destaca que a arte e a música também desempenharam um papel importante em sua recuperação. “Minha melhora não veio apenas do tratamento médico, mas também da minha fé e da música. Tocar piano e ouvir canções me ajudaram muito durante esse processo”, relata.
José Luís Ferreira, outro paciente do HGG, também participa das atividades culturais promovidas pelo hospital. Ele, que gosta de literatura, escolhe um livro a cada semana e acompanha apresentações culturais, como a de catira. “Essas atividades ajudam a distrair e nos fazem esquecer um pouco da dor. São momentos de prazer durante o tratamento”, diz.
Sara Peres, psicóloga hospitalar, explica que as atividades de humanização têm o objetivo de oferecer aos pacientes a oportunidade de ressignificar a experiência da hospitalização, criando um ambiente que ajude a reduzir o impacto emocional da doença. “Essas ações ajudam o paciente a dar um sentido à sua experiência de internação, o que pode contribuir para uma recuperação mais positiva”, afirma.
Segundo Marcelo Rabahi, médico e coordenador técnico do IDTECH/HGG, as práticas de humanização têm mostrado resultados positivos. “Esses projetos têm um impacto significativo na saúde emocional dos pacientes, ajudando a aliviar a ansiedade e a depressão, e contribuem para uma recuperação mais completa”, conclui.
Dessa forma, o Hospital Estadual Alberto Rassi demonstra como é possível repensar o modelo tradicional de atendimento hospitalar, oferecendo um cuidado que considera o paciente em sua totalidade e que utiliza a arte como parte do processo de recuperação. A humanização e as práticas artísticas ajudam a criar um ambiente hospitalar mais acolhedor e com impacto positivo no tratamento.
Confira a seguir:
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