O Ministério de Minas e Energia (MME) deve anunciar, nesta quarta-feira, 16, a decisão sobre o possível retorno do horário de verão em 2024. A medida está sendo avaliada como uma solução para reduzir os impactos da seca extrema que afeta o sistema de energia no país. O Brasil enfrenta a pior estiagem em 75 anos, de acordo com dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, agendou uma entrevista coletiva para as 13h30 de hoje, na qual vai apresentar o parecer do governo. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já entregou um estudo que aponta a possibilidade de que o horário de verão reduza em até 2,9% a demanda de energia no período de pico, com uma economia estimada de R$ 400 milhões nos custos de operação entre outubro e fevereiro.

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O horário de verão, extinto em 2019, continuava ativo em 10 estados e no Distrito Federal. Segundo o ONS, a medida ajudaria a aliviar a pressão no Sistema Interligado Nacional (SIN), especialmente no fim da tarde, quando o consumo de energia aumenta. Porém, o setor aéreo, representado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), mostrou preocupação com a possível mudança argumentando que ela causaria transtornos operacionais, como alterações nos horários de voos e conexões já vendidos.

Uma pesquisa do Datafolha aponta que a população está dividida quanto à adoção da medida: 47% são favoráveis e 47% contrários, enquanto 6% se declararam indiferentes.

A decisão deve definir se a implementação do horário de verão vai acontecer ainda em 2024 ou se será adiada para 2025. Caso seja decidida para este ano, a previsão é que entre em vigor até o início de novembro.

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