Um japonês de 88 anos, condenado a morte em 1968, foi inocentado por um tribunal do Japão após a Justiça descobrir que as evidências contra ele foram forjadas. Iwao Hakamada foi acusado de matar o próprio chefe, além da esposa dele e os dois filhos adolescentes.

O idoso foi alvo de um novo julgamento em meio às suspeitas de que os investigadores teriam forjado evidências utilizadas no julgamento que o considerou culpado por homicídio quádruplo em 1968.

O julgamento foi acompanhado por cerca de 500 pessoas no tribunal localizado na cidade de Shizuoka na manhã desta quinta-feira, 26. O caso é uma das sagas jurídicas mais famosas do Japão.

Com a divulgação do veredito, que o inocentou, simpatizantes aplaudiram e gritaram “banzai” (exclamação que significa “viva”. Hakamada não estava presente no tribunal por ser dispensado das audiências devido ao seu estado mental deteriorado.

Há cerca de 10 anos Iwao vive sob cuidados da irmã. Ele foi liberado da prisão e recebeu a oportunidade de um novo julgamento por um tribunal japonês.

Investigação

Iwao Hakamada trabalhava em uma fábrica de processamento de missô em 1966 quando os corpos de eu chefe, da esposa dele e de dois filhos do casal foram recuperados após um incêndio na casa da família em Shizuoka, a oeste de Tóquio. A investigação aponta que as vítimas foram esfaqueadas.

Autoridades acusaram Hakamada de matar a família, atear fogo na casa e roubar 200 mil ienes (R$ 7,5 mil) em dinheiro. Ele negou os crimes mas depois deu o que ele descreveu posteriormente como uma confissão forçada. Hakamada alega ter sido espancado e interrogado por até 12 horas por dia.

Em 1968 ele foi condenado por assassinato e incêndio criminoso, recebendo a pena de morte.

Leia também

Maurício Sampaio se entrega à polícia para cumprir pena após 12 anos da morte de Valério Luiz