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Longa novela sobre filiação pode ter fim distante de Goiás, mas diálogo ainda não está encerrado

PH Mota
Ysabella Portela

O ex-ministro da Fazenda e Secretário da Fazenda do Governo de São Paulo, Henrique Meirelles, pode ter seu destino político em 2022 distante de Goiás. Depois de adiar o anúncio de sua decisão por duas vezes ao longo da semana – cancelando coletiva de imprensa e até mesmo envio de nota oficial – , o que se diz é sobre a possibilidade do secretário caminhar com o MDB, para compor chapa de disputa ao governo de São Paulo. Meirelles poderia fechar com o partido para trazer mais peso ao projeto de Rodrigo Garcia (PSDB), atual vice-governador do estado.

Garcia deveria assumir o governo de São Paulo após a desincompatibilização do governador João Doria, que planejava deixar o cargo para disputar a presidência. Diferente do previsto, porém, Doria anunciou que desistiu da candidatura e Garcia não terá oportunidade de assumir o posto. O movimento pode pesar na decisão de Meirelles, que participaria da construção do plano econômico da candidatura à presidência pelo governador de São Paulo. Diante disso, o diálogo para tentar encontrar um espaço na disputa em Goiás ainda tem vida. Nesta quinta-feira, 31, ele se encontra com líderes partidários para alguma definição, visto que o prazo de filiação termina neste sábado, 2.

Em Goiás, a indefinição de Meirelles tem gerado frustrações não só no PSD, como em toda a base caiadista, que já mantém diálogos para um eventual plano B (a essa altura, quase plano A) de substituição. A vereadora Sabrina Garcez (PSD), por exemplo, havia apresentado a possibilidade de deixar a legenda para a candidatura a deputada federal, mas irá permanecer no partido. Agora, segundo fontes próximas à vereadora, a candidatura da parlamentar será em âmbito estadual e, não mais, como federal.

Como Garcêz não tem direito a janela partidária neste ano, sua cadeira como vereadora está condicionada à sigla. Se arriscar em uma renúncia de mandato, visto que o partido não a liberou, é perigoso neste momento. “Sabrina está definida como estadual e será pelo PSD. É esperado ainda um posicionamento do Meirelles, mas ao que tudo indica, ele é mesmo um player fora do jogo”, disse uma fonte de bastidores ao Jornal Opção.

As movimentações no PSD também giram ao redor do nome do deputado federal Lissauer Vieira, que se filiou ao partido no início da semana. A filiação aqueceu rumores de que o goiano possa ser apresentado como nome na disputa pelo Senado Federal, caso Meirelles seja mesmo deixado de lado. O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), no entanto, nega veementemente que tenha voltado atrás na desistência de candidatura. “Eu não estou conversando com ninguém e mantenho o meu posicionamento anterior”, garantindo que não tem intenções de participar das eleições em outubro.