Mas o economista sugere uma composição do PT com outro partido. Lula gostaria de ter como vice Luiza Trajano

Fernando Haddad é o pré-candidato do PT — quer dizer, de Lula da Silva — a presidente da República em 2022. É mesmo?

Não é. O candidato, o candidatíssimo, é Lula da Silva — que terá 77 anos em 2022. O ex-presidente aposta que a Justiça vai “derrubar” a Operação Lava Jato e, daí, ele poderá disputar a Presidência.

Segundo os repórteres Guilherme Amado e Eduardo Barreto, da revista “Época”, Haddad disse a Lula da Silva que aceitará a vice, sem colocar nenhum obstáculo. O economista e advogado frisa que seria “honroso”. Mas ressalvou: “Não sei se convém para ele. Se pudesse ampliar a aliança para um nome de fora do PT, uma reedição da dobrada de 2002 (com José Alencar na vice, pelo então PL). Há várias fórmulas”.

Jair Bolsonaro e Lula da Silva: direita e esquerda estão se convocando para a disputa de 2022 | Fotos: Reproduções

Lula da Silva estaria tentando construir uma aliança com Luiza Trajano, do Magazine Luiza. Mas a empresária, que também teria sido sondada por João Doria e Luciano Huck, parece que não quer se envolver em política — porque teme desgaste para os negócios da família, que, no momento, vão bem. Se anunciar que tem um lado, o da esquerda ou o do centro, começará a ser criticada duramente nas redes sociais.

Há quem aposte que o vice pode ser Ciro Gomes, do PDT. Mas há quem, no PT, o considere demasiado agressivo — como se fosse um Bolsonaro da esquerda ou da centro-esquerda. Dado o desgaste do PT, Lula da Silva tende a encarnar, se for candidato, o Lulinha Paz e Amor de 2002 — mas também Lulão Guerra Sem Paz no enfrentamento com Bolsonaro.

Sublinhe-se: hoje, a um ano e sete meses das eleições, Lula da Silva não pode ser candidato a presidente. Por isso, o PT mantém a candidatura de Fernando Haddad, como um contraponto ao presidente Jair Bolsonaro, o único que está definido. O PT está se apresentando não como  “uma”, e sim como “a” alternativa ao candidato da direita.

Uma coisa é certa: Bolsonaro está contribuindo para a “ressurreição” do PT. Ante um presidente abúlico, que não se preocupa em salvar vidas, os eleitores podem apostar naquele que pode vencê-lo. Lula da Silva tem chance de derrotá-lo.