O Guinness World Records reconheceu a vaca Viatina-19 FIV Mara Móveis como fêmea bovina mais valiosa do mundo. O animal é propriedade da Casa Branca Agropastoril, Agropecuária Napemo e Nelore HRO. Ela está avaliada em R$ 21 milhões.

O animal tem em seu pedigree seis linhagens da raça Nelore: Karvadi, Ludy da Garça, 1646 da MN, Rambo da MN, Fajardo e Iguaçu. A linhagem materna da matriarca Ryatna 12 da Sabiá (bisavó) é uma das melhores matrizes de raça do mundo.

Diretora da Casa Grande, Fabiana Marque Borrelli comemorou a conquista e disse que o animal simboliza o padrão de qualidade superior que buscamos. “Sua valorização e o reconhecimento no Guiness Book são provas incontestáveis de que o investimento em excelência genética proporciona retorno – seja em produtos diferenciados, em retorno financeiro e em imagem”, disse.

Com este marco e o reconhecimento mundial, Viatina-19 não apenas eleva o prestígio da pecuária brasileira, mas também solidifica seu lugar como um ícone da genética Casa Branca de classe mundial

Fabiana Borrelli

Porque vale tanto?

A tecnologia envolvida para o desenvolvimento do animal explica o seu alto valor. A transferência de embriões em bovinos tem sido uma importante ferramenta para o melhoramento genético. É por isso também que vem ganhando cada vez mais relevância e espaço no mercado mundial. Basicamente, a técnica consiste na multiplicação do material genético de fêmeas de alto valor, de forma rápida do que o convencional. Além disso, ela facilita o transporte e comercialização de material genético por meio de embriões congelados.

A técnica possibilita a coleta e a transferência de embriões de fêmeas doadoras (animal com maior valor genético) para as receptoras (chamadas de barrigas de aluguel). Dessa forma, uma fêmea que naturalmente produziria apenas um bezerro ao ano, tem a possibilidade de aumentar sua produção em mais de 10 produtos anuais, sem a necessidade de gestação e parto.

Outra tecnologia bastante usada é a fertilização in vitro (FIV). Com a transferência de embrião, uma boa vaca consegue produzir em média até os 15 anos de idade. Usando a técnica de FIV, ela produzirá pelo menos, em média, até os 20. Nas duas técnicas, os filhos não se desenvolvem na barriga da matriz de alta qualidade, que é muito cara. Os embriões são transferidos para as chamadas receptoras, ou “mães de aluguel”, que os parem sem transmitir nenhuma característica genética aos bezerros.

A transferência de embriões, fertilização in vitro, juntamente com as demais biotecnologias são as grandes responsáveis pela aceleração o melhoramento genético em bovinos, o caminho da seleção e do melhoramento genético pode ser encurtado em pelo menos três gerações ou cerca de 10 anos de seleção, permitindo rápidos saltos na produção e na qualidade do gado. Transformando uma única fêmea em mãe de centenas de filhos sem precisar necessariamente parir. É por isso que uma matriz pode valer milhões de reais.

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