Imagens de satélite recentes mostram cinco túneis escavados em montanhas na  Usina de Enriquecimento de Combustível Fordow, no Irã. Não há informações concretas sobre o tamanho do local e grande parte do que se sabe partiu de documentos iranianos roubados pela inteligência israelense.

A destruição do local pelo ar parece impossível, já que estima-se que as salas estejam entre 80 e 90 metros abaixo do solo, protegidos de bombas aéreas. Israel tem atacado a instalação, mas ainda não conseguiu causar dano, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). 

O complexo foi construído próximo a Qom e só foi tornado público em 2009 pelo então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, juntamente com o então presidente francês Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro britânico Gordon Brown. “O tamanho e a configuração desta instalação são inconsistentes com um programa pacífico”, disse Obama na época.

Dias antes do anúncio, o Irã comunicou à agência nuclear da ONU que queria construir uma nova unidade de enriquecimento de combustível – mesmo que esta já estivesse em construção há anos. Entretanto, Teerã afirmou e continua reafirmando que os objetivos do programa nuclear são pacíficos.

Enquanto sofre ataques de Israel, analistas apostam que Fordow pode ser onde o Irã vai converter estoques de urânio enriquecido em uma bomba nuclear.

Líder do Irã adverte os EUA

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, declarou nesta quarta-feira, 18, que qualquer ofensiva militar dos Estados Unidos contra o país resultará em “consequências sérias e irreparáveis”. Em discurso transmitido pela TV estatal, ele afirmou que o Irã responderá a qualquer agressão e reiterou que “jamais se renderá”.

A fala foi uma reação direta às declarações do presidente Donald Trump, que na terça-feira, 17, exigiu “rendição incondicional” do Irã diante do conflito com Israel. Trump também sugeriu a possibilidade de um ataque ao território iraniano, o que, segundo analistas, poderia ter impacto global.

Khamenei respondeu afirmando que “quem conhece a história do Irã sabe que os iranianos não se curvam diante de ameaças”. Ele também acusou Israel de cometer um “grande erro” ao atacar o Irã e prometeu punição: “O sangue das vítimas não será esquecido”, disse, conforme a agência semi-oficial Mehr.

O conflito entre Irã e Israel entrou no sexto dia nesta quarta, com mais de 240 mortos e milhares de feridos nos dois países. Números oficiais indicam 224 mortes no Irã e 24 em Israel. Relatórios independentes sugerem que o número real pode ser maior.

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