Governo Trump intensifica operações de imigração e prende cerca de 2.300 pessoas

27 janeiro 2025 às 17h59

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No último domingo, 26, agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE) deram início a uma operação em Chicago, visando a prisão de imigrantes que se encontram em situação irregular no país. Esta ação, que é parte de uma operação coordenada com outras agências federais como o FBI, a ATF e a DEA, tem como objetivo aplicar as leis de imigração dos EUA, visando a segurança pública e nacional.
O ICE declarou que a operação se concentra na captura de indivíduos considerados criminosos ou que representem uma ameaça à segurança, com foco em prender imigrantes ilegais envolvidos em atividades criminosas.
O número de prisões realizadas desde o início da operação já ultrapassa 2.300, com outros 1.797 mandados de prisão emitidos. A ação não se restringe a Chicago, já que operações semelhantes ocorreram em outras regiões, como Newark, Nova Jersey, onde surgiram alegações de que cidadãos americanos também foram detidos.

Embora o ICE tenha enfatizado que a operação visa criminosos conhecidos em situação irregular, a falta de clareza sobre os detalhes das prisões tem gerado discussões, especialmente no que se refere à inclusão de pessoas sem antecedentes criminais.
A ofensiva contra imigrantes ilegais tem sido uma prioridade do governo de Donald Trump, que iniciou a execução de uma política de deportações rápidas na última sexta-feira, 24 de janeiro. Essa abordagem tem permitido a remoção de imigrantes sem a necessidade de um processo judicial completo. Entre os deportados, estão 88 cidadãos brasileiros, que foram enviados de volta ao Brasil.
O Itamaraty, por meio de uma nota, informou que está cobrando explicações do governo dos EUA sobre o tratamento dado aos repatriados, que, segundo relatos, enfrentaram maus-tratos e foram algemados durante a deportação.
Essas operações fazem parte de uma série de medidas adotadas pela administração Trump para endurecer o controle de imigração desde o início de seu mandato. A revogação de restrições para prisões de imigrantes em locais como hospitais e escolas e a ampliação da chamada “deportação expressa” são algumas das ações que visam acelerar o processo de remoção de estrangeiros ilegais.
A deportação expressa, por exemplo, permite a deportação de qualquer imigrante que não comprove sua residência nos Estados Unidos por mais de dois anos, sem a necessidade de uma audiência judicial.
Além disso, a administração Trump reativou o programa “Fique no México”, que exige que os imigrantes que solicitam asilo nos EUA aguardem no México enquanto seus pedidos são analisados. Também houve mudanças nas regras para o uso do “parole”, uma medida que permite a entrada legal de imigrantes por motivos humanitários, restringindo a aplicação dessa ferramenta a casos mais específicos.
Essas políticas de imigração têm gerado controvérsias, com defensores argumentando que são necessárias para garantir a segurança nacional, enquanto críticos alertam para os impactos negativos nas comunidades imigrantes, especialmente aquelas mais vulneráveis. O governo Trump, no entanto, defende que essas medidas são parte de seu compromisso com a segurança e a aplicação rigorosa das leis de imigração.
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