Governo solicita retirada de excedentes de concurso acampados em frente ao Palácio Pedro Ludovico
21 março 2014 às 16h27
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Obstrução do trânsito de pedestres e de veículos na região são os motivos apontados pela gestão estadual para justificar o pedido de saída
Marcelo Gouveia
O governo de Goiás solicitou à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) o ajuizamento de Ação Civil Pública de Obrigação de Fazer para que os excedentes do concurso da Polícia Militar, acampados em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira há cerca de dois meses, deixem o local.
A obstrução do trânsito de pedestres e de veículos em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, no centro da capital, são os motivos apontados pela gestão estadual, em nota, para justificar o pedido de retirada dos manifestantes.
A solicitação é baseada na decisão da promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira, que determinou na última quarta-feira (19/3) o arquivamento do inquérito que havia sido instaurado para investigar supostas irregularidades no certame. No entanto, de acordo com a promotora, a apuração não apontou nenhuma falha no concurso realizado.
Reivindicações
O governador Marconi Perillo (PSDB) afirmou por mais de uma vez que os excedentes acampados não foram aprovados no certame e, por isso, não existiria a possibilidade deles serem chamados para atuar na corporação. Em contrapartida, segundo os excedentes, todos estão aptos para atuar na PM, bem como os que foram convocados.
Ao todo, 3.242 pessoas foram aprovadas em todas as etapas do concurso; destes, 1.600 foram eliminados devido ao excesso de aprovações. Dessa maneira, os acampados questionam os critérios utilizados na seleção, visto que todos estão habilitados para o serviço.
Simve
O principal motivo da revolta dos manifestantes está no fato de apesar do governo alegar que não é possível chamar 100% do cadastro de reserva, 3.500 agentes temporários, por meio do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve), estão prestando serviço para a corporação. “Se há vaga ocupada por temporários, a lei determina que seja colocado um concursado no lugar”, defendeu Jessé Azevedo, um dos excedentes.
Marconi afirmou em entrevista coletiva no dia 20 de fevereiro que o Simve não possui relação com as reivindicações dos manifestantes. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, alega. Para o tucano, a única chance dos 1.600 que não foram chamados entrarem para a PM é por meio de um novo concurso público. No entanto, Marconi frisou que não há previsão para o novo certame.