Reunião na manhã desta segunda-feira (25/1) definiu medidas para ajudar a economia do município depois do anúncio da paralisação das atividades da empresa

Secretário da Secima, Vilmar Rocha e prefeito de Niquelândia (PSD) após reunião no Palácio das Esmeraldas | Foto: Larissa Quixabeira / Jornal Opção
Secretário da Secima, Vilmar Rocha e prefeito de Niquelândia (PSD) após reunião no Palácio das Esmeraldas | Foto: Larissa Quixabeira / Jornal Opção

Depois do anúncio da paralisação das atividades da Votorantim Metais na cidade de Niquelândia, norte de Goiás, o governador Marconi Perillo convocou para a manhã desta segunda-feira (25/1) uma reunião no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, para discutir ações que podem ser feitas para ajudar a economia da cidade. Participaram do encontro a diretoria da empresa, representantes dos funcionários, secretários estaduais e representante políticos da região de Niquelândia.

A empresa anunciou na semana passada que a partir de fevereiro iniciará cortes no quadro de funcionários e até março a estimativa é de que permaneçam apenas 15% do total atual. Isto significa que cerca de 750 pessoas devem ser demitidas nos próximos dois meses.

Os esforços do governo são para que parte destes funcionários possam ser relocados para outras unidades da empresa, ou recebam o apoio necessário para buscarem outra fonte de renda.

Em entrevista após a reunião, o presidente da Votorantim Metais, Tito Martins assegurou que tentará reduzir em cerca de 250 a 300 o número de demissões com a relocação de funcionários para outras unidades do grupo Votorantim.

Além disso, também garantiu que a empresa manterá todos os programas sociais em funcionamento em Niquelândia e que, apesar de não existir um prazo, a paralisação das atividades é temporária. “Assim que o mercado estiver favorável, retornaremos completamente às atividades”, afirmou.

O secretário estadual do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) e natural da cidade de Niquelândia, Vilmar Rocha, explicou que a primeira iniciativa do governo de Goiás foi oferecer incentivos fiscais para que a empresa não precisasse realizar a paralisação, mas mesmo isso não seria suficiente.

“O que faremos agora é uma mobilização juntamente com o grupo Sebrae, Agência de Fomento, Banco do Povo, Faeg, todos vão para Niquelândia para fornecer qualificação aos trabalhadores que ficarão sem emprego, para que possam buscar outras alternativas”, garantiu o secretário.

O setor agropecuário deve desenvolver um papel importante na geração de novos empregos na região. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner afirmou que a Federação vai oferecer cursos de média e longa duração para os ex-funcionários da Votorantim com a finalidade de qualificar os trabalhadores para a atividade rural que, segundo ele, têm crescido na região.

“Vamos requalificar os trabalhadores para que possam retornar ao meio rural ou trabalhar na prestação de serviços e fornecer acompanhamento técnico nas atividades do dia a dia”, prometeu Schreiner. “Tenho certeza que o setor agropecuário pode ajudar a diminuir o sentimento de perda pelo qual os trabalhadores de Niquelândia estão passando”, completou.

Para o prefeito de Niquelânida, Luiz Teixeira (PSD), a reunião serviu para dar mais tranquilidade à população da cidade. “O município ficou em situação de pavor com a notícia da paralisação da empresa, pois causa um impacto muito grande na receita local, na compensação financeira, no comércio, no status do município e na renda como um todo. Agora sabemos que ações concretas serão realizadas de maneira conjunta para ajudar na economia da cidade”, disse.

Além disso, o prefeito afirmou estar otimista com o retorno da empresa. “Não é possível estabelecer um prazo, mas a qualquer momento o mercado internacional pode mudar e o preço do níquel melhorando, a empresa vai voltar”.