Desafio da equipe econômica é atender a demandas sociais e econômicas sem perder o tom do ajuste fiscal

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes | Foto: Reprodução

O governo tem até esta segunda-feira, 31, para entregar ao Congresso sua previsão de despesas e receitas para 2021. De acordo com o Ministério da Economia, o envio ocorrerá na parte da tarde. Desafio da equipe econômica é atender a demandas sociais e econômicas sem perder o tom do ajuste fiscal, defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O Renda Brasil, plano permanente de renda básica cotado para ser substituto do Bolsa Família, é uma das principais apostas econômicas e políticas de Jair Bolsonaro. Mas, do jeito que está hoje, o projeto não caberia no teto de gastos do ano que vem. Ao menos que as despesas obrigatórias, com as quais o Orçamento está quase 95% comprometido, sejam reduzidas.

O plano do governo é ir por esse caminho, mas precisa haver um consenso sobre o desenho do programa de renda e as contrapartidas orçamentárias para viabilizá-lo. Diante da falta de concordância nesse sentido, sua inclusão no plano para o ano que vem deve ser feita com o auxílio dos parlamentares, na Comissão Mista Orçamentária (CMO).

Nos últimos meses, uma luta interna vem se intensificando no governo pelo que resta no Orçamento do ano que vem. De um lado, a equipe de Guedes insiste na necessidade de segurar os gastos já neste ano. De outro, ala liderada pelo ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho, defende que o país só terá uma retomada sólida com mais investimentos em infraestrutura.

Medidas nesse sentido eram o centro do primeiro desenho do Pró-Brasil, divulgado pelo governo em abril sem a presença do ministro da economia. Nos bastidores, Guedes chegou a comparar o projeto ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado pela gestão petista com o mesmo intuito de destravar investimentos em obras para incentivar o crescimento.

A aparente falta de unidade causou rumores sobre a saída do ministro da Economia, intensificados após o que ele mesmo chamou de uma “debandada” da pasta, e, mais recentemente, pela falta de consenso ao redor do Renda Brasil. (Com informações da Exame)