Governo desmente acusações de agressões da Rotam em evento no Grande Hotel
13 abril 2016 às 14h02
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Imagens de câmeras de monitoramento da SSPAP mostram comércio e consumo de drogas nas imediações do evento
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (13/4), o vice governador e titular da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), José Eliton, rebateu as denúncias de supostas agressões por parte de policiais militares durante o evento cultural “Sons de Beco 6ª edição”, no último domingo (10/4), no Grande Hotel, centro de Goiânia.
Segundo o secretário, a polícia agiu para coibir a ação de traficantes e usuários de drogas no local do evento e imediações. À imprensa, ele mostrou um vídeo com imagens captadas pelas câmeras de segurança do Centro Integrado de Inteligência Comando e Controle (CIICC) da SSPAP e afirmou que não houve qualquer registro de agressão por parte dos policiais que, segundo Eliton, agiram dentro dos protocolos.
Ao todo, são 70 câmeras de segurança instaladas na Avenida Goiás e imediações. Na gravação divulgada pela secretaria de segurança, é possível ver o livre consumo de entorpecentes por jovens no entorno do evento e o momento do tumulto com a chegada dos policiais ao local.
O projeto “Sons de Beco” é realizado pelo Coletivo Oz, com parceria da prefeitura de Goiânia por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult). Na última terça-feira (12/4), a Secretaria Municipal de Cultura emitiu nota de repúdio quanto à ação da polícia no dia do evento.
O documento emitido pela Secult afirma que: “Durante o evento, por volta das 17h, os policias da referida equipe [Rotam] estiveram no local e agrediram verbalmente e com golpes de cassetetes diversas pessoas ali presentes, inclusive menores de idade, sob a justificativa da falta de documentação para a realização do evento.”
José Eliton esclareceu que os policiais da Rotam estiveram no local por apenas nove minutos, o que demonstraria inconsistência na afirmação de que teria ocorrido agressão. Além disso, ele explicou que não houve nenhum registro de ocorrência ou imagens gravadas que comprovem qualquer tipo de agressão por parte das equipes.
Segundo o secretário, o 37º Batalhão da Polícia Militar, que fazia a ronda do dia, foi acionado por moradores e pessoas que passavam pelo local, que denunciaram o consumo de drogas e a própria central de monitoramento da polícia enviou a equipe da Rotam para fazer o reforço do policiamento no local.
“A Rotam agiu como deveria agir para combater o trafico e o consumo de drogas. Os agentes tinham que adentrar ao local, mas tudo foi feito dentro dos protocolos e da forma adequada para e coibir tal tipo de situação”, explicou José Eliton.
Providências
A Secretaria de Segurança Pública deve encaminhar os documentos e as gravações referentes à ocorrência ao Ministério Público (MP) para que seja avaliado se houve a exposição de menores, como destacado pela Secult. A SSPAP pretende ainda que o MP apure a responsabilidade dos organizadores do evento em relação ao tráfico e consumo de drogas que ocorriam no local.
As imagens das câmeras serão encaminhadas à Polícia Civil para identificação das pessoas que aparecem consumindo entorpecentes e posteriores providências.
Por fim, José Eliton garantiu que o combate ao tráfico e uso de drogas em Goiás é prioridade para Secretaria de Segurança Pública. “Se isso é o que a Secult denomina como manifestação cultural, nós entendemos que isso é uma expressão criminosa. A Secult deveria ter se informado a respeito do que aconteceu antes de emitir uma nota com tamanha irresponsabilidade com relação aos fatos efetivamente ocorridos e vamos representar esse posicionamento de maneira formal ao município de Goiânia e à secretaria municipal.”