Desde junho do ano passado, o Ministério da Saúde remeteu 21,6 milhões de unidades de difosfato de cloroquina, hidroxicloroquina e fosfato de oseltamivir aos Estados e ao Distrito Federal

| Foto: Agência Pará

Reportagem publicada nesta sexta-feira, 16, pelo Poder 360 mostra que a maioria dos estados, incluindo Goiás, recebeu mais medicamentos do chamado ‘kit covid’ do que medicamentos eficazes para tratamento de pacientes intubados com quadro grave de Covid-19. Desde junho do ano passado, o Ministério da Saúde remeteu 21,6 milhões de unidades de difosfato de cloroquina, hidroxicloroquina e fosfato de oseltamivir aos Estados e ao Distrito Federal.

Embora não tenham eficácia alguma contra a Covid-19, o governo federal enviou esse tipo de fármaco mais do que os sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides necessários para a intubação de pacientes. O Ministério da Saúde enviou, ao todo, 8,61 milhões de unidades desses remédios desde junho de 2020.

No caso específico de Goiás foram 115.500 unidades de cloroquina e 187.530 unidades de oseltamivir, além de 13.500 unidades de hidroxicloroquina totalizando 316.530 unidades do chamado ‘kit covid’, ao valor total de R$ 723.023. Enquanto as ampolas do ‘kit intubação’ foram 240.732 no total. Os dados são da Plataforma LocalizaSUS e foram consultados pelo Jornal Opção na tarde da última, sexta-feira, 16.

O Estado que mais recebeu medicamentos do chamado ‘kit covid’ foi São Paulo, com 7.139.750 comprimidos. Amapá, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Tocantins receberam mais medicamentos para intubação do que cloroquina, hidroxicloroquina e tamiflu.

A Secretaria de Estado da Saúde diz que oseltamivir não é considerada pelo Ministério da Saúde como parte do ‘kit covid’ já que é usada para tratamento de Sindrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).