Apenas em 2023, o Estado de Goiás já registrou 56 surtos da Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) e analisa outros 646 suspeitos. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) os casos investigados estão em 14 cidades, sendo Goiânia e Aparecida de Goiânia com maiores números. A pasta explica ainda que a definição de surto considera a proximidade entre os casos, não necessariamente a quantidade. “Se numa mesma escola, cinco ou mais crianças adoecem isso já pode ser considerado um surto”, exemplifica a assessoria de comunicação da SES.

Enquanto a capital tem 131 casos suspeitos, Aparecida tem 288 surtos suspeitos. Logo em seguida, aparece a cidade de Santo Antônio da Barra, no sudoeste goiano, que tem 64. Destaca-se ainda Mundo Novo, noroeste do estado, com 40, Silvânia, com 37, Pires do Rio, 23, Ouvidor, 13, além de Corumbaíba e Cumari, com 11 casos em investigação cada. Os outros municípios de Goiás com casos suspeitos da síndrome são Caldas Novas, com 10 registros, Cezarina, seis, Jesúpolis, cinco, Carmo do Rio Verde, quatro, e Barro Alto, com três.

Síndrome Mão-Pé-Boca

O vírus Coxsackie é responsável pela síndrome mão-pé-boca, que afeta o sistema digestivo e é altamente contagiosa. A doença é caracterizada pela formação de pequenas bolhas na pele das mãos, pés e boca, daí o seu nome.

Embora possa afetar adultos, é mais comum em crianças, especialmente aquelas com menos de 5 anos. Os sintomas costumam durar em torno de uma semana.

É importante ressaltar que a falta de higiene das mãos pode levar à contaminação de superfícies, o que aumenta a possibilidade de transmissão do vírus por meio do contato com objetos contaminados.

Principais sintomas

Além das lesões vesiculares na boca, nas mãos e nos pés, a síndrome mão-pé-boca pode causar febre e dor de garganta. Outros sintomas que podem ocorrer são náuseas, vômito e diarreia.

As bolhas podem aparecer em outras partes do corpo, como cotovelos, tornozelos, glúteos e genitais, embora isso seja menos comum.

Alguns pacientes podem apresentar descamação das mãos e dos pés, além de descolamento da unha, três a oito semanas após a infecção aguda.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da síndrome mão-pé-boca pode ser feito por meio de um exame clínico realizado por um pediatra, devido às características das lesões e dos sintomas.

No entanto, em casos de dúvidas ou semelhanças com outros quadros, o médico pode solicitar exames de sangue para confirmar o diagnóstico.

Como a síndrome mão-pé-boca é uma doença autolimitada, ou seja, que tem um ciclo natural de início, meio e fim, o objetivo do tratamento é apenas aliviar os sintomas.

Nesse sentido, analgésicos e antitérmicos são comumente utilizados. A internação hospitalar pode ser necessária em casos raros de desidratação, quando a criança tem dificuldade em ingerir líquidos.

Prevenção

Não há vacina disponível para prevenir a síndrome mão-pé-boca, então é importante adotar medidas para evitar a transmissão do vírus Coxsackie. É fundamental seguir rigorosamente as práticas de higiene, sobretudo durante as trocas de fraldas e estimular a lavagem das mãos entre as crianças mais velhas.

Nesse período, é importante reforçar a limpeza de objetos e do ambiente domiciliar, além de evitar beijos e abraços. Caso uma criança seja diagnosticada com a doença, é recomendável que fique em casa, afastada da escola, pelo tempo indicado pelo médico.

O tratamento da síndrome tem como objetivo apenas aliviar os sintomas com medicamentos como analgésicos e antitérmicos, sendo que a internação raramente é necessária.