Um estudo desenvolvido pelo Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás (Cerof-UFG) buscará mapear a real prevalência de diabetes no estado. A pesquisa, inédita no Brasil, visa identificar não apenas a quantidade de pessoas diagnosticadas com a doença, mas também os riscos associados a complicações decorrentes dela. O projeto, que conta com apoio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), pretende transformar a abordagem das políticas públicas voltadas ao combate do diabetes, utilizando dados mais precisos e abrangentes.

O diabetes, uma das principais causas de complicações crônicas de saúde no mundo, carece de mapeamento detalhado no Brasil. Atualmente, a identificação de casos no país baseia-se no sistema Vigitel, que utiliza consultas telefônicas para coletar informações. Embora funcional em alguns contextos, essa metodologia apresenta limitações na precisão, especialmente em áreas específicas como Goiás.

O professor Marcos Ávila, presidente do Conselho Administrativo e fundador do Cerof, destacou a relevância do estudo. “Além de apontar a quantidade de pessoas com diabetes, o estudo vai mostrar o risco maior das consequências da doença. Esse estudo vai ser útil para todo o país, para o SUS”, explicou Ávila.

Estrutura e metodologia da pesquisa

Sob a liderança do professor Thiago Rangel, o projeto começará suas atividades no município de Guapó, na região metropolitana de Goiânia. Durante a primeira fase, os pesquisadores realizarão uma análise estatística detalhada, utilizando dados fornecidos pela SES e ferramentas de regulação e suporte laboratorial.

Entre as ações previstas, está um mutirão oftalmológico organizado pelo Cerof, no qual serão realizados exames de retinografia. Estes testes ajudam a identificar precocemente complicações oculares relacionadas à diabetes, como a retinopatia diabética. Após a conclusão dessa etapa em Guapó, o processo será replicado em outro município goiano, ainda a ser definido.

Benefícios para a saúde pública

Diferentemente de levantamentos anteriores, que muitas vezes falham em capturar a diversidade regional, este projeto considera as particularidades de Goiás. A coleta de dados em campo permitirá uma análise mais fiel da realidade, abrindo caminho para estratégias de intervenção mais eficazes.

O secretário adjunto de Saúde de Goiás, Sérgio Vencio, ressaltou a importância dessa parceria: “O levantamento feito de maneira conjunta entre SES e a UFG permitirá conhecer os números de maneira mais fidedigna. Isso poderá mudar a cara da política pública para tratar essa doença tão grave”.

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