Goiás é o Estado em que mais se matam jovens negras no Brasil

11 dezembro 2017 às 18h04

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Chance de uma jovem negra goiana ser assassinada é 2,15 vezes maior do que a de uma jovem branca

Dados do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, divulgados nesta segunda-feira (11/12) pela Unesco em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelaram que Goiás é o Estado brasileiro com a maior taxa de mortalidade de jovens negras do País.
Conforme aponta o levantamento, a taxa de homicídios entre mulheres negras e jovens entre 15 e 29 anos é bastante superior à taxa entre brancas em 26 unidades federativas. Mas o caso mais dramático ocorre no Goiás, onde a taxa de mortalidade de jovens negras chega a 13,8 por 100 mil.
Isso quer dizer que a chance de uma jovem negra ser assassinada é 2,15 vezes maior do que a de uma jovem branca residindo no Estado.
No topo da desigualdade entre as taxas de homicídio estão os estados do Rio Grande do Norte, no qual as jovens negras morrem 8,11 vezes mais do que as jovens brancas, e do Amazonas, cujo risco relativo é de 6,97.
Vulnerabilidade
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Avaliando os dados gerais do índice, Goiás apresenta um indicador de risco relativo de média vulneralibidade. A taxa expressa a razão entre a taxa de mortalidade por homicídio de jovens negros e jovens brancos.
Valores mais próximos a 1 indicam maior proximidade na prevalência dessa mortalidade entre esses dois segmentos. Isso significa que, quanto maior o risco relativo, maior a proporção de jovens negros mortos em relação a jovens brancos em uma mesma Unidade da Federação.
Goiás apresentou risco relativo de 2,04. Já o índice que relaciona violência e desigualdade racial é de 0,328, o que coloca o Estado entre os nove com o resultado mais positivo.
A situação mais preocupante é a do estado de Alagoas, onde um jovem negro tem 12,7 vezes mais chances de morrer assassinado do que um jovem branco. Na Paraíba essa diferença é de 8,9 vezes, também muito alta.