Estudante foi detido com quatro embalagens, totalizando 9,1 gramas. Planta teria sido comprada legalmente na Tailândia, antes da chegada no país

Um estudante de medicina de Rio Verde, em Goiás, foi detido após ser encontrado com porções de maconha em Bali, na Indonésia. Alberto Sampaio Gressler, de 25 anos, foi preso no último dia 28, mas o caso só foi divulgado à imprensa na noite dessa quarta-feira, 6. Segundo o site Indonesia Expat, Alberto foi no aeroporto, após uma abordagem de policiais que ficaram “desconfiados dos itens na sua bolsa”, observados via raio-x.

Dentro da bagagem do brasileiro, foram encontrados pacotes com folhas e sementes de maconha, planta proibida no país asiático. “Quatro embalagens de maconha foram confiscadas, com um peso total de 9,1 gramas”, afirmou um comissário de polícia ao jornal indonésio SindoNews. A família, porém, alegou que o uso é medicinal.

Em entrevista ao UOL, familiares de declararam que o jovem é membro da associação Abrace Esperança e faz uso da substância para tratar ansiedade, depressão e TDAH. As porções, inclusive, teriam sido compradas legalmente e por meio de receitas médicas, na Tailândia, durante uma viagem de férias para a Ásia, conforme relatou a família.

“Alberto é paciente de cannabis no Brasil. Ele tem prescrição médica e conseguiu comprar o total de 2,8 gramas na Tailândia. A imprensa da Indonésia levou em consideração o valor bruto, e não o valor líquido, dos pacotes comprados legalmente na Tailândia. No depoimento dele, dado na imigração, a polícia da imigração deixou claro que o valor líquido das plantas in natura era de 2,8 gramas”, afirmou o cunhado do estudante, Antônio Rocha Lemes. “Isso aconteceu por uma desatenção dele. Ele não sabia que na Indonésia a planta não podia entrar. Isso é um medicamento”, acrescentou.

A família informou que já procurou o Itamaraty e o consulado brasileiro na Indonésia, que designou um advogado para lidar com o caso. Em nota, o Itamaraty afirmou que acompanha a situação e “presta toda a assistência ao nacional” junto à embaixada em Jacarta.

Ainda segundo os familiares de Alberto, ele está preso desde o dia 28 e vive em condições precárias no local. “O secretariado consular nos diz que é uma situação bastante precária, que ele não tinha nem colchão para ele dormir, o advogado precisou comprar colchão, umas roupas, porque tudo dele foi confiscado, inclusive dinheiro, então ele vive basicamente de pão e água”, descreveu.