13 festas clandestinas foram flagradas pela equipe de fiscalização da capital

Operação Carnaval, encabeçada pela Prefeitura de Goiânia, para evitar aglomerações clandestinas. | Foto: Prefeitura de Goiânia/reprodução

De acordo com a Agência da Guarda Civil Metropolitana (CGM) de Goiânia, durante os primeiros 15 dias do mês de março, em que vigoraram três decretos restritivos como estratégia contra Covid-19, foram realizadas 1024 notificações, 145 autuações e 705 fechamentos de estabelecimentos por desrespeito aos protocolos de segurança. Apesar do alto número, não existe surpresa quanto a essa situação, ao considerar que toda semana, o Jornal Opção noticia flagrante de festas clandestinas, aglomerações e intervenções de agentes fiscalizadores.

As estatísticas divulgadas pela GCM podem ser convertidas em 68 notificações por dia em Goiânia, pelo descumprimento das regras estabelecidas nos documentos emitidos pela Prefeitura Municipal. Desde o início do terceiro mês do ano, a capital goiana e demais regiões metropolitanas adotaram rigorosas restrições com intenção de reduzir a curva de contágio da Covid-19 e a consequente alta demanda por leitos para internação de pacientes com casos graves, combinada a superlotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e das enfermarias na rede pública de saúde.

Motivações constatadas

Janilson Saldanha Oliveira é porta-voz da GCM e explica que esse descumprimento não ocorre em decorrência de uma falta de instrução, ao considerar que já se faz um ano desde o primeiro decreto que dispôs sobre medidas de restrição de circulação. O movimento que se enxerga é que, à medida que as regras de restrições se tornaram mais flexíveis ao decorrer da pandemia, as possibilidades de sair de casa e aglomerar se tornaram mais concreta.

“Entendemos por meio da nossa experiência que se trata de uma necessidade de descumprir os decretos, desafiar as equipes e impor a própria vontade individual sobre a coletiva. Deste modo visualizamos uma rebeldia que se assemelha a dos adolescentes que a todo custo tentam subverter as orientações sanitárias alegando que o governo e os cientistas não sabem o que falam. Segundo os dados que coletamos, 60% dos indivíduos envolvidos estão entre 15 e 40 anos de idade, sendo este público misto entre jovens e adultos de quase meia idade”, pontua Janilson.

Festas e demais aglomerações

De acordo com o levantamento feito pela GCM, desde janeiro, foram realizadas intervenções de 13 festas clandestinas em Goiânia. O porta-voz da associação explica que, assim como no crime organizado, os empresários que encabeçam essas festas utilizam as redes sociais para captar clientes. “Além de planejarem as festas pela internet, são criadas contrainformações com notícias falsas com o objetivo de tentar induzir nossas equipes ao erro. No entanto, a GCM de Goiânia possui um departamento de inteligência que monitora tanto as redes sociais, bem como fazem uso de outras tecnologias para identificar os locais, organizadores e conta ainda com o uso de drone”, esclarece.

Entretanto, mesmo quando não há a programação de grandes festas, também foi possível observar a organização de reuniões em grupos pequenos, em eventos sociais menores que eram realizados em suas próprias casas. O que causa, de todo modo, a aglomeração, e favorece a transmissão da Covid-19. Além do desrespeito ao distanciamento e isolamento social, notificar quanto ao não uso de máscaras e descumprimentos das regras de biossegurança por parte da população, se tornou comum na rotina de fiscalização da GCM em 2021.

O que Janilson e a GCM aconselham a população é que as pessoas, com o intuito de se conscientizarem, se mantenham diariamente informadas quanto aos dados da Covid-19 em Goiás. “Queremos que as pessoas se cuidem, que entendam que o exercício de empatia, e se coloquem no lugar do outro. Essa é a chave para a sobrevivência da humanidade como a conhecemos. Se cada um fizer a sua parte obedecendo o distanciamento e as regras sanitárias conseguiremos vencer a covid-19”, reitera.