Como toda metrópole, as mudanças climáticas são um desafio importante para Goiânia. Mesmo com o título de cidade mais verde do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Capital enfrenta problemas comuns a todos os lugares que possui grande urbanização. Ilhas de calor, pela verticalização abundante da cidade, e excessos em emissões de CO2, fruto, principalmente, de uma grande frota de veículos, são fatores determinantes para um clima mais quente no perímetro urbano, assim como ocorre em todo o país.

Para amenizar tal situação, projetos do poder público são primordiais. A Prefeitura de Goiânia, por exemplo, tem feito ações na área do meio ambiente, infraestrutura e mobilidade para amenizar as consequências do aquecimento global. Plantio de árvores, investimentos em parques e praças, além do incentivo ao transporte público são algumas medidas que têm ajudado a Capital se manter verde, apesar do grande crescimento dos últimos anos.

As ilhas de calor são fenômenos característicos de cidades com alto grau de urbanização, como os grandes centros e metrópoles. Devido à abundância de materiais que retém calor, como asfalto e concreto, as temperaturas em áreas centrais de grandes cidades são maiores do que as da periferia e área rural. É comum, nesses lugares, que as pessoas sintam uma significativa diferença de temperatura ao se distanciar apenas alguns quilômetros do centro.

Em Goiânia, estudos do início do século XXI já mostravam que a diferença de temperatura entre centro e zona rural do município chegava a 10 graus. Especialistas mostram que a Capital, nas últimas décadas, teve verticalização exagerada e mal planejada, o que influencia tanto na formação de ilhas de calor, como nos alagamentos durante tempestades. Goiânia tem um processo de verticalização maior que outras cidades do Centro-Oeste, como Campo Grande, Cuiabá e, até mesmo, Brasília.

A gestão municipal tem investido em plantio de árvores na cidade, como poucas vezes se viu na história da Capital. O projeto ArborizaGyn, em suas três edições, já plantou mais de 202 mil mudas em toda a cidade. O programa tem como objetivo recuperar áreas degradadas em várias regiões da cidade, muitas delas ex-áreas de descarte de lixo irregulares. Na quarta-feira, 22, a terceira edição do projeto empreendeu o plantio de 90 mil mudas, em alusão aos 90 anos de Goiânia, comemorados no mês de outubro.

Resolver o problema da principal área de ilha de calor no centro da cidade, porém, é um grande desafio, não só da Capital goiana, mas de todas as grandes cidades do mundo. As áreas mais centrais das metrópoles são regiões onde não há disponibilidade de espaço para plantio em massa de árvores, como o que realiza o ArborizaGyn. Para piorar, são lugares economicamente propícios para a edificação de grandes empreendimentos imobiliários, que substitui casas antigas, muitas vezes com quintais e árvores, por grandes torres verticais, agravando o problema da ilha de calor.

Outro problema dos centros das cidades é que, como são áreas mais antigas, possuem exemplares de árvores com maior idade. Essa cobertura vegetal é mais propícia a doenças e queda, no caso de uma chuva muito forte. Se essas árvores forem consideradas perigosas para a população, no caso de poder causar danos e tragédias em uma hipotética queda, os biólogos da Prefeitura pedem as suas extrações. Para cada árvore retirada, são plantadas 23 novas mudas.

Mesmo assim, um projeto criado pela atual gestão em 2021 ajuda imensamente a arborização de regiões mais centrais. Trata-se do Disque-Árvore, que possibilita qualquer goianiense a requerer para a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) o plantio de árvores na porta de sua casa. Ao todo, mais de sete mil árvores já foram plantadas por meio deste projeto. O morador pode fazer a solicitação por meio dos canais da Prefeitura. Ao fazer o pedido, responde previamente a um formulário com dados pessoais e fotos da calçada onde deseja o plantio.

A atual gestão do prefeito Rogério Cruz também tem investido em novos parques e praças, além da revitalização de espaços públicos, como forma de tentar barrar as consequências das mudanças climáticas, além de garantir qualidade de vida à população. Desde 2021, já foram inaugurados sete novos parques na cidade, 59 praças e revitalizados 415 espaços de lazer. Nesses locais, há o cuidado de manter boa parte do local gramado, o que facilita a absorção da águas das chuvas, evitando enchentes durante grandes chuvas.