Goiânia deve ficar sem chuvas até o fim de setembro e o tempo deve se manter seco com baixa umidade. A informação foi confirmada pela meteorologista Elizabete Alves, gerente do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Goiás. Segundo ela, a temperatura na capital deve se manter acima dos 35ºC durante a semana.

“Goiânia terá temperaturas de até 38ºC no período da tarde e a umidade deve se manter baixa, ao menos até quarta-feira, que é quando teremos certa nebulosidade que pode derrubar a temperatura em alguns graus”, explicou.

De acordo com Elizabete, o período de estiagem que atinge Goiás neste ano é um dos maiores da série histórica. Goiás completou 150 dias sem chuva neste sábado, 21. “Em 1961 Goiânia ficou 156 dias sem chuvas, mas tinha certa umidade. A estiagem atual é mais complicada pois a umidade fica abaixo dos 20%, e que também estamos vivendo temperaturas mais altas.

Segundo o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, uma massa de ar quente deverá atingir Goiânia nos próximos dias. Além disso, André explica que caso ocorra chuvas isoladas, não é o suficiente para a capital sair da estiagem. “A massa de ar quente sobe e desce. Aí acontece uma chuvinha no Sul, no Para, no Tocantins e algumas regiões de Goiás”, explica.

“A tendência é de que as chuvas voltem a ocorrer com mais frequência na segunda quinzena de outubro. Essas chuvas são chuvas mais intensas. Quando existem chuvas isoladas todos ficam alegres mas, no fim, não resolve nada”.

Riscos da baixa umidade

Segundo o médico Nivaldo Iunes Neto, a baixa umidade está intimamente relacionado a condições patológicas. “A umidade relativa do ar ideal está entre 50 a 60 %. Quando ela está entre 30 a 21% e necessário tomar cuidado, e de 20 a 12% se entra em estado de alerta, abaixo de 12% em estado de emergência”, explica.

“Dentre as principais alterações no corpo estão o ressecamento das vias aéreas, que propicia quadros alérgicos, rinite, sinusite, asma e bronquite. Pessoas que já tem atopia respiratória são os mais afetados nesses tipos de clima”.

Nivaldo também explica que a baixa umidade também afeta o sistema imunológico. “A baixa umidade do ar resseca as mucosas das vias respiratórias que reduz a eficácia do nosso sistema de defesa natural do corpo contra partículas nocivas e micro-organismos. Nosso corpo tem um sistema que aumenta a umidade dentro de nossas vias aéreas, regulado pela respiração. Porém, com a umidade relativa do ar baixa, ele não consegue suprir a condição”, diz.

O médico também explica os principais cuidados a serem tomados. “As indicações são aumentar o consumo de líquidos, evitar a exposição a fumaça e outros tóxicos. Em ambientes fechados, é importante usar umidificadores de ar, também é possível usar toalhas molhadas, recipientes com água ou borrifadores para melhorar a umidade”, explica.

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