Goiânia Clandestina leva poesia periférica às raízes africanas em viagem a Moçambique
27 outubro 2025 às 12h21

COMPARTILHAR
O grupo poético e selo editorial “Goiânia Clandestina” embarca no dia 15 de novembro para Moçambique, onde permanecerá até 5 de dezembro. O intuito é levar a poesia goiana e a literatura periférica ao continente africano. A viagem representa não apenas um intercâmbio artístico, mas também um reencontro simbólico com as raízes históricas e ancestrais que unem Brasil e África.
O coletivo formado por seis integrantes: Mazinho Souza, Flávia Carolina, Helena Di Lorenza, Thaíse Monteiro, Rafael Vaz e Baale apresentará performances e atividades formativas. Poesia nacional, de cordel e autorais são alguns dos temas que serão apresentados. O grupo tem como missão descentralizar a produção artística e valorizar narrativas que emergem das margens.
“Levar o Goiânia Clandestina a Moçambique é mais que uma viagem: é um retorno simbólico à casa dos nossos ancestrais. É afirmar que o colonialismo não venceu. Seguimos de pé, resgatando o que foi silenciado e fortalecendo o elo ancestral que nunca se rompeu”, afirma Mazinho Souza, idealizador do coletivo.
Da periferia goiana ao mundo
A participação do Goiânia Clandestina em Moçambique dialoga com o princípio africano do Sankofa, que significa olhar para o passado para compreender o presente e construir o futuro. Para o grupo, essa travessia é um gesto de escuta, cura e continuidade.
“Nosso papel é estimular, potencializar e dar visibilidade a vozes silenciadas. O projeto é, sobretudo, um gesto de escuta e de reexistência. A arte, para nós, é uma ferramenta de descoberta e dignidade”, explica Mazinho.
Durante a estadia em Moçambique, o coletivo realizará apresentações poéticas e rodas de conversa, fortalecendo o diálogo sobre raça, classe e gênero por meio da palavra e da performance. A experiência internacional é vista como um momento de troca viva, em que o grupo leva a poesia goiana e retorna com novas perspectivas sobre o fazer artístico e político da literatura negra e periférica.
Leia também: Notas de cartas apostando
