Gestão Iris se nega a comentar fraude na aprovação do Nexus
18 julho 2017 às 16h27

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Por meio de nota, assessoria de comunicação da Seplanh disse apenas que irá se manifestar sobre o assunto na Justiça
A Prefeitura de Goiânia se recusa a dar um posicionamento sobre o resultado da perícia grafotécnica, que constatou que houve falsificação nas assinaturas contidas no Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do Nexus Shopping & Business, o gigantesco empreendimento em construção no encontro das avenidas 85 e D, no Setor Marista.
Mesmo diante da oportunidade de cassar as licenças que já foram dadas ao projeto, a gestão Iris optou por não participar da discussão ou comentar o caso publicamente. Por nota, a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação disse apenas que irá se manifestar sobre o assunto na Justiça.
Além disso, a Consciente Construtora e a JFG Incorporações, responsáveis pelo Nexus, disseram que “as empresas não irão se manifestar ao Jornal Opção“, mesmo tendo sido avisada sobre o resultado da perícia primeiramente pela publicação. Outros jornais receberam comunicado em que as empresas alegam “laudo inconclusivo”.

Na última segunda-feira (17/7), o Jornal Opção divulgou em primeira mão que o relatório da Polícia Científica do Estado de Goiás, realizado por peritos e que analisou todas as 278 fichas de entrevistas que teriam sido feitas com moradores da região, confirmou que há pelo menos 37 comprovadamente assinadas por uma única pessoa.
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Em entrevista exclusiva, a delegada-adjunta da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Lara Menezes, responsável pelo inquérito criminal, explicou que os técnicos dividiram os formulários do Nexus em três grupos “A”, “B” e “C”. No primeiro, foram separadas 18 assinaturas com altíssima probabilidade de terem sido feitas por uma mesma pessoa. Já no segundo, 17 rubricas de um mesmo punho e, no terceiro e último, duas.
Além da perícia grafotécnica, a própria Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente realizou, durante os últimos meses, diligências nos supostos imóveis visitados pela empresa responsável pelo Estudo de Impacto de Vizinhança, a Construtora Milão. O resultado: dos 32 endereços contidos nos relatórios da pesquisa de opinião, apenas dois confirmaram aos policiais que realmente assinaram. A maioria absoluta nunca sequer foi entrevistada.