Na subseção de Quirinópolis o atraso se arrasta desde fevereiro deste ano. Presidentes reclamam de problemas no custeio de materiais e contas telefônicas

Enil Henrique, que é candidato à reeleição | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção
Presidentes de subseções do Estado reclamam de atrasos no repasse do duodécimo por parte da OAB Goiás, presidida Enil Henrique, que é candidato à reeleição | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção

A gestão do presidente-tampão da OAB Goiás, Enil Henrique, vem atrasando o repasse do duodécimo de subseções do Estado. Ao menos é o que informa alguns presidentes de subseções da Ordem no Estado de Goiás.

Embora o pagamento do duodécimo seja obrigatório e está previsto no artigo 116 do Regulamento Geral da OAB, três presidentes confirmaram atrasos, como é o caso do presidente da subseção de Quirinópolis, Abelardo José de Moura.

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Com um atraso no repasse desde fevereiro, o advogado disse já ter feito o pedido por escrito, mas que não obteve resposta da seccional presidida por Enil Henrique. “A nossa esperança é que paguem logo porque eu já estou com pouco dinheiro em caixa”, disse.

Abelardo explicou que tem pagado as contas coma  reserva que possui, além de algumas rendas com locação de uma salão de festa que a seccional possui. As contas não estão deixando de ser pagas, segundo Abelardo, com as linhas telefônicas, materiais, gastos na sala do Fórum e Vara do Trabalho. “Espero que o dinheiro chegue pelo menos para fazermos a festa de fim do ano. Esse atraso prejudica toda a sala”, disse Abelardo, que também apoia a eleição de Buonaduce.

Não é muito diferente na subseção da Cidade de Goiás, presidida por Haroldo José Rosa Machado Filho. O advogado disse à reportagem que na cidade o atraso tem gerado muitos transtornos. Sem repasse de abril, maio e junho, o presidente explicou que liga na tesouraria da OAB Goiás, pede informações, mas não é informado do motivo do atraso.

A promessa é que o pagamento seja feito na próxima segunda-feira (19/10), mas Haroldo não acredita que o seja. “Não acredito mais, porque já estava agendado em outra data e não foi feito”, disse. O presidente tem quitado as dívidas com dinheiro que possui na reserva da subseção. Os maiores gastos são com materiais, telefone, energia, água e outros gastos das salas. Os funcionários são pagos pela seccional. A subseção de Goiás também possui salas em Itapirapuã e Mossâmedes.

Haroldo, que defende a eleição de Flávio Buonaduce, explica que espera que o pagamento seja feito e que a administração atual cumpra as obrigações com as subseções. “Não sei o que está causando o atraso, só estou na esperança de que o pagamento seja feito e logo”, disse.

O presidente da subseção de Formosa, Marco Aurélio Basso de Matos Azevedo, disse ao Jornal Opção que a situação da sede da OAB na cidade é difícil, uma vez que o atraso vem desde abril deste ano. Com uma administração enxuta, Marco Aurélio afirma que tem deixado de fazer avanços importantes por falta de verba.

A sede aguarda uma pintura, além de reforma e a construção de um banheiro no local. O que ajuda é o aluguel de um campo de futebol e de uma máquina de xerox que a subseção possui. Com salas na Justiça Federal, do Trabalho, no Fórum da cidade, além de comarcas em Alto Paraíso e Flores de Goiás, existe uma dificuldade de gerir tudo sem o duodécimo.

Conforme o presidente, uma sala deveria ter sido montada em Cavalcante esse ano, mas uma ordem para o cancelamento da medida veio da seccional goiana. “Já era para ter sido inaugurada, já tínhamos até contratado uma funcionária. A falta da OAB em Cavalcante gera muitos prejuízos aos advogados”, afirmou, explicando que se um profissional precisa de apoio na cidade, não o encontrará por parte da OAB.

Marco Aurélio também apoia o candidato pela OAB Forte, Flávio Buonaduce, e diz esperar que se eleito ele solucione os problemas financeiros da Ordem. “Estou há 12 anos na OAB aqui, sendo 6 anos como tesoureiro e 6 como presidente, e nunca tinha atrasado tanto”, afirmou.

A subseção de Jataí, presidida por Simone Oliveira Gomes, teve o repasse correto durante todo o ano, mas o do mês de outubro está atrasado. “Estava programado para o dia 10, mas ainda não veio. Já entrei em contato e disseram que o responsável estava com problema de saúde”, disse, explicando que foi informada que o pagamento será feito o mais breve possível, sem uma definição da data. Simone, entretanto, se diz tranquila e acredita que não haverá problema.

O Jornal Opção entrou em contato com a assessoria de imprensa da Ordem, que informou que enviará a resposta do presidente Enil à reportagem.