Gerente de Saúde Bucal admite falta de insumos e critica atual gestão

05 dezembro 2017 às 19h04

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Ana Paula Nomeline prestou depoimento nesta terça-feira na CEI da Saúde

A gerente de Saúde Bucal de Goiânia, Ana Paula Nomeline, prestou depoimento nesta terça-feira (5/12) na Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde, em Goiânia.
Questionada pelo vereador Jorge Kajuru (PRP) sobre a atual gestão da Saúde da secretária Fátima Mrué, Ana Paula admitiu ser vítima de uma má gestão. “Eu considero que sim”, concordou com o parlamentar.
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De acordo com Ana Paula, o atendimento odontológico na capital recebe atualmente a nota cinco, por conta da situação dos centros de atendimento.
Em seu depoimento, a gerente admitiu ainda que faltam insumos para prestação de serviços na capital. “Foram 37.644 atendimentos neste ano na rede. A gente sofre, tentei medidas, peguei materiais emprestados. Estou fazendo o que posso, tentando comprar. Não estou parada, sendo omissa”, disse.
Segundo ela, a burocracia do sistema licitatório e a falta de entrega por parte dos fornecedores foram os responsáveis pela falta de insumos básicos e anestésicos que impossibilitaram aos odontólogos realizarem os devidos atendimentos.
De acordo com ela, são 87 unidades de saúde e apenas dez, que são as de emergência, estão com estoque de anestésicos e realizando os devidos procedimentos. A gerente apresentou levantamento de dados que mostra que foram realizados desde janeiro deste ano 37 mil atendimentos, o que corresponde a um atendimento a cada dois dias em Goiânia.
A superintendente de gestão de Redes de Atenção à Saúde, Luciana Curado, também foi ouvida e disse que a paciente Celina Lopes Teixeira, mostrada em rede nacional depois de arrancar um dente com alicate por falta de atendimento, teria a prática de arrancar os dentes sozinha.
Por telefone, durante a reunião da CEI, Celina negou e disse que foi um ato de desespero. Ela será ouvida formalmente nesta quarta-feira (6).
Caso de Polícia
A Delegacia de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Dercap) abriu inquérito policial para investigar possíveis crimes na suspensão do atendimento odontológico nas unidades de Saúde da capital.
Segundo o titular da delegacia, André Bottesini, a polícia vai apurar se houve omissão da administração no caso. “Vamos verificar se houve omissão, já que segundo informações preliminares, a Prefeitura finalizou todo o processo licitatório; mas queremos verificar o porquê dessa demora e saber se houve danos ao munícipe e ao patrimônio público”, explicou o delegado.
O inquérito foi aberto a partir de denúncia dos vereadores que integram a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo os vereadores, o atendimento odontológico em Goiânia está suspenso há vários meses, mesmo diante da normalidade do repasse do Ministério da Saúde, que envia R$ 200 mil ao mês para a prefeitura realizar o serviço.
Na última segunda-feira (5/12), o colegiado aprovou requerimento que pede o afastamento imediato da Secretária de Saúde do prefeito Iris Rezende (PMDB), Fátima Mrue.