A chuva de meteoros Geminídeas, uma das mais esperadas do ano, atingirá seu pico entre a noite de sexta-feira, 13, e a madrugada de sábado, 14. O fenômeno, que começou no dia 4 de dezembro, promete uma exibição de até 150 meteoros por hora durante seu ápice.

No entanto, a visibilidade desse espetáculo astronômico será prejudicada pela Lua cheia, que estará com mais de 90% de luminosidade e poderá ofuscar os meteoros mais fracos, permitindo apenas a visualização dos mais brilhantes e dos chamados “bolas de fogo”, meteoros maiores que se desintegram de forma explosiva na atmosfera.

Marcelo de Cicco, astrônomo e coordenador do Projeto Exoss, destacou que, embora a interferência da Lua dificulte a observação dos meteoros mais tênues, ainda será possível ver um número considerável de meteoroides se o céu estiver claro. “A luminosidade da Lua pode comprometer a visibilidade dos meteoros mais fracos, mas os mais brilhantes e as bolas de fogo ainda serão observáveis”, explicou o especialista.

Outro fator que afetará a visibilidade é a posição do radiante, o ponto do céu de onde os meteoros parecem se originar. Este ano, o radiante estará mais baixo no horizonte para observadores no hemisfério sul, o que torna mais difícil a observação. As regiões Norte e Nordeste do Brasil, devido à sua localização geográfica, terão melhores condições de ver o fenômeno, desde que o tempo esteja favorável.

As Geminídeas, que podem ser vistas a partir da meia-noite até o amanhecer, são uma das chuvas de meteoros mais intensas do calendário astronômico. Apesar das condições não ideais para observação neste ano, a expectativa é de que ainda seja possível testemunhar um bom número de meteoros, especialmente os mais visíveis.

Para aproveitar ao máximo o evento, os astrônomos recomendam que os observadores se afastem da poluição luminosa das cidades e olhem para o céu em direção oposta à Lua. O melhor horário para a observação será após a 1h da manhã, quando os meteoros estarão mais visíveis.

Além disso, uma dica importante é permitir que os olhos se adaptem à escuridão antes de começar a observação, um processo que pode levar cerca de 20 minutos. Diferente de outros fenômenos astronômicos, para ver os meteoros da Geminídeas não é necessário o uso de telescópios ou binóculos, já que os meteoros são visíveis a olho nu.

Marcelo de Cicco ainda recomendou um jeito simples e agradável de observar o fenômeno: “Basta ter uma cadeira confortável, um cobertor, um chocolate quente, se estiver frio, e boa companhia. O objetivo é apenas relaxar e curtir o espetáculo.”

As Geminídeas são uma das últimas chuvas de meteoros de 2024. A última, chamada Ursidas, ocorrerá entre 17 e 26 de dezembro, com pico no dia 23. Ao longo deste ano, foram previstas 12 chuvas de meteoros significativas, e as Geminídeas, com sua intensidade e brilho, são sempre uma das mais aguardadas.

Embora a interferência da Lua cheia e a posição do radiante reduzam as condições ideais para a observação, aqueles que tiverem a sorte de estar em locais com céu limpo e pouco poluído pela luz artificial poderão desfrutar desse evento astronômico único.

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